quinta-feira, 27 de março de 2014

Preparando Líderes Espirituais

Verso principal:
"Naqueles dias, retirou-Se para o monte, a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E, quando amanheceu, chamou a Si os Seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolos" (Lc 6:12, 13).

Embora Jesus fosse sempre ativo em fazer discípulos, Ele reconheceu que Sua permanência na Terra seria breve. Portanto, dedicou-Se à formação de discípulos para que continuassem o trabalho depois que Ele partisse. Ele era o Mestre deles, tanto professor como treinador. Ainda que o ensino e o treinamento estejam obviamente relacionados, o ensino geralmente sugere transmissão de conhecimento, enquanto que o treinamento envolve a formação ou qualificação por meio da prática e disciplina.

A preparação dos discípulos para a liderança certamente envolveu o recebimento de conhecimento, mas o crescimento espiritual era ainda mais importante. Eles precisavam de experiência nas coisas de Deus, de fé, provações, santificação e abnegação, juntamente com a compreensão intelectual da doutrina e da teologia. O conhecimento, por si só, seria uma preparação insuficiente para enfrentar os difíceis desafios futuros. Jesus proveu ambos.

Escolha e preparação de líderes
A jornada terrena de Cristo foi relativamente breve. Portanto, o treinamento dos formadores de discípulos era imprescindível. Quem devia ser selecionado? Quantos deviam ser escolhidos? Sem dúvida, havia centenas de discípulos de Jesus. Deviam todos eles ser submetidos à educação em massa? Cristo entendia que a liderança era efetivamente cultivada em pequenos grupos, e não produzida em massa por meio de palestras. Um número limitado seria escolhido por Cristo para o curso de formação inicial.

1. Leia Lucas 6:12-16. O que Jesus fez antes de escolher Seus discípulos? Por que isso era tão importante?

Fazer escolhas eficazes exigia grande sabedoria. Jesus Se aproximou de Seu Pai celestial pela oração para
obter sabedoria. Da mesma forma, a oração deve preceder a seleção dos candidatos à liderança, na formação de discípulos em nosso tempo. Uma vez que Cristo cria que precisava de muita oração, a fim de alcançar a sabedoria necessária, quanto mais devem os cristãos de hoje pedir sabedoria divina ao escolher aqueles que serão encarregados de supervisionar a realização da Grande Comissão.

Tendo escolhido doze homens, Jesus os chamou de apóstolos, Seus representantes investidos de autoridade espiritual. O grupo maior de discípulos testemunhou essa ordenação ou nomeação, sem aparente ciúme ou sentimentos negativos. Mais tarde, Jesus comissionaria grupos maiores de setenta e, talvez, outros não registrados nas Escrituras. Os doze apóstolos, no entanto, continuaram sendo os mais intimamente associados com Jesus. Eles assumiram as maiores responsabilidades, portanto, necessitaram de maior treinamento e envolvimento. Esse programa de ação implica uma estrutura organizacional intencional entre os primeiros cristãos. Cristo investiu os líderes dessa organização com habilidades espirituais e educação proporcionais às suas tarefas.

Jesus passou longo tempo em oração. Quais são as implicações disso? O que isso nos diz sobre nossa vida de oração? O que a oração faz por você?

Conhecimento e experiência – parte 1
A informação era um componente insubstituível da mensagem de Jesus. A informação, por si só, não pode transformar, mas toda transformação inclui informação. Certamente, os conceitos não possuem nenhum poder inerente para iniciar a mudança, todavia, o Espírito de Deus trabalhando no coração humano constitui o insubstituível elemento necessário à conversão.

2. Leia João 16:7-14. Qual é a limitação do conhecimento intelectual, em si mesmo, na compreensão e experiência do verdadeiro cristianismo?

O conhecimento bíblico, unido ao Espírito de Deus, forma a combinação espiritual que transforma os indivíduos e as sociedades. Por meio da fé e do estudo da Palavra, o formador de discípulos deve lutar para obter esses dois elementos.
O cristianismo valoriza muito a inteligência, o pensamento e a imaginação.

A existência do pensamento racional nas Escrituras, o admirável respeito pelos mestres no judaísmo e a inestimável atenção que os escribas dedicavam à preservação dos escritos antigos testemunham da importância do conhecimento.

O cristianismo não é uma fé irracional. No entanto, certos elementos do cristianismo possuem elevada emoção, sentimento e experiência acima do conhecimento. Essa mentalidade declara que aquilo em que as pessoas acreditam é relativamente insignificante, porque somente a experiência é importante. A obediência e adesão a verdades específicas são consideradas relativamente insignificantes. A emoção e o entusiasmo religioso tornaram-se a medida da autenticidade espiritual.

A própria existência da Escritura contraria esse fascínio irracional pela experiência. A experiência sem o conhecimento se torna um potente míssil sem direção. Por outro lado, o conhecimento sem a experiência torna-se destituído de vida e, muitas vezes, legalista. Os verdadeiros líderes cristãos compreenderam a necessidade de cultivar ambos os elementos, não somente em si mesmos, mas também naqueles que são seus discípulos.

Medite em todas as boas razões que você tem para sua fé. Qual tem sido a função da experiência? Por que precisamos de ambas?

Conhecimento e experiência – parte 2
3. Leia Lucas 6:20-49. De que forma o conhecimento e a experiência são combinados nesse texto? Por que ambos são necessários em nossa caminhada com o Senhor e também na formação de discípulos?

O conhecimento espiritual é indispensável à transformação espiritual. O próprio Cristo foi considerado o Mestre dos mestres. Em salas de aula ao ar livre, diante de praias, montanhas e maravilhas criadas por Deus, Cristo disseminava o conhecimento transformador. O Espírito Santo despertava consciências antes cauterizadas a aceitar essas verdades. A formação de discípulos é uma obra incompleta sem a experiência, mas a experiência deve ser dirigida pelo conhecimento.

Os formadores de discípulos do século 21 devem se familiarizar completamente com as Escrituras, a fonte de autêntica informação espiritual. Semelhantemente, eles devem difundir a doutrina e os ensinamentos sem levar em conta a popularidade ou conveniência. Deus espera que cristãos experientes nada retenham, mas que guiem pacientemente os recém-convertidos a uma compreensão e apreço cada vez maiores das maravilhosas e transformadoras verdades do cristianismo, especialmente a verdade presente da tríplice mensagem angélica.

4. O que os formadores de discípulos devem ter em mente? Como podemos ter certeza de que não somos cegos guiando cegos? Lc 6:39

No fim, a combinação de conhecimento e experiência que produza amor altruísta será a maior força que os formadores de discípulos poderão obter.

Os primeiros líderes
Não é de pouca importância o fato de que, na escolha de líderes, Jesus tenha selecionado alguns entre a classe de pessoas mais humildes e menos instruídas. Cristo não escolheu o conhecimento ou a eloquência do Sinédrio. "Passando por alto os ensinadores judaicos cheios de justiça própria, o Mestre por excelência escolheu homens humildes, iletrados, para proclamarem as verdades que deviam abalar o mundo. Ele Se propôs a preparar e educar esses homens para ser líderes de Sua igreja. Eles, por sua vez, deviam educar outros e enviá-los com a mensagem do evangelho. Para que pudessem ter sucesso em sua obra, deviam eles receber o poder do Espírito Santo. Não pelo poder humano ou humana sabedoria devia o evangelho ser proclamado, mas pelo poder de Deus" (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 17).

5. Por que Cristo não escolheu aqueles que aparentemente tinham as qualidades necessárias para liderar Sua igreja? Sf 2:3; Mt 11:29; Jr 50:31; Is 57:15

Devemos ter cuidado para não fazer suposições erradas acerca das razões para a escolha de Jesus. Ele não era contra a classe culta ou instruída. Jesus mesmo demonstrou, quando mais jovem (Lc 2:46, 47), grande quantidade de conhecimento. O problema é que muitas vezes as pessoas com mais instrução, riqueza e poder não estão dispostas a se humilharem do mesmo modo que alguém, especialmente um líder, precisa fazer para que o Senhor o use. É claro que esse nem sempre é o caso. O Senhor usou homens cultos e ricos (por exemplo, Nicodemos e José de Arimateia; leia também Atos 6:7). Isso simplesmente significa que muitas vezes tais pessoas tendem a não ser abertas à liderança do Espírito Santo.

Leia 1 Coríntios 9:19 e Filipenses 2:3. Que características são expressas nesses textos, e por que elas são tão importantes para todos os seguidores de Cristo? Como podemos desenvolver essas características?

O legado de Jesus
As gerações posteriores testemunham do sucesso dos esforços das gerações anteriores. Sempre que esses esforços geram resultados duradouros, os princípios subjacentes a essas realizações devem ser estudados e praticados. Será que a metodologia de Cristo para fazer discípulos produz resultados significativos?

Não há dúvida. Essa metodologia mudou o mundo. Nenhum de nós, de fato, estaria estudando a Lição da Escola Sabatina, mais de 2000 anos depois, se não fosse o sucesso de Cristo na formação dos líderes da igreja primitiva.

6. Leia Atos 1. Que princípios podemos aprender sobre a escolha de líderes indicados por Deus? O que a igreja procurava em um líder? (v. 22)

Jesus estabeleceu Seu reino e exemplificou os princípios que perpetuariam o crescimento dele. Abrindo o caminho através da escuridão até o amanhecer, Cristo selecionou líderes cujas fraquezas foram ofuscadas por Seu poder, porque eles dependiam completamente dEle. Embora desprezados pelos líderes religiosos e fossem deficitários academicamente, superaram os fariseus nas coisas mais importantes: transparência, humildade, dependência e autenticidade. Quão importante é que nós, seja qual for nossa posição na igreja, apresentemos tais características! Com o passar do tempo, aqueles que possuíam educação formal e elevada posição social passaram a fazer parte da igreja.

"Como representantes de Cristo, os apóstolos deviam causar um notável impacto sobre o mundo. O fato de serem homens humildes não diminuiria sua influência, antes a enriqueceria, pois a mente de seus ouvintes seria levada deles para o Salvador que, embora invisível, estava ainda atuando com eles. O maravilhoso ensino dos apóstolos, suas palavras de ânimo e confiança, assegurariam a todos que não era em seu próprio poder que atuavam, mas no poder de Cristo" (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 22, 23).

O que você procura nos líderes da igreja? Por quê? Quais são as três principais coisas que você quer ver neles? Compare as respostas dos alunos na classe.

Estudo adicional
Leia de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 349-358: "Os Primeiros Evangelistas"; p. 488-496: "A Última Jornada da Galileia"; p. 298-314: "O Sermão da Montanha"; Atos dos Apóstolos, p. 17-24: "O Preparo dos Doze"; p. 25-34:

"A Grande Comissão"; p. 87-96: "Os Sete Diáconos".
"Por todo o campo de trabalho de Cristo havia almas despertas para as próprias necessidades, famintas e sequiosas da verdade. Chegara o tempo de enviar as boas novas de Seu amor a esses anelantes corações. A todos esses deviam os discípulos ir como representantes Seus. Os cristãos seriam assim levados a considerá-los mestres divinamente designados, e quando o Salvador lhes fosse tirado, não seriam deixados sem instrutores.


"Nessa primeira viagem, os discípulos só deviam ir aos lugares em que Jesus já estivera antes, e onde fizera amigos. Seus preparativos de viagem deviam ser os mais simples. Não deviam permitir que coisa alguma lhes distraísse a mente de sua grande obra, nem de maneira nenhuma despertar oposição e fechar a porta ao trabalho posterior" (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 351).

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