domingo, 10 de agosto de 2014

RESTAURAR A VISÃO DE MISSÃO - PROCESSO DE RENOVAÇÃO -


Se pensarmos na história de uma igreja estabelecida há mais de 50 anos, numa vila ou cidade teremos uma igreja que varia entre os 50 e os 300 membros, dependendo de vários factores, porém este é normalmente o número de membros para este período, durante o qual ouve situações de reavivamento e crescimento e também de mornidão sem crescimento regular.

Um dos factores principais para a falta de crescimento, especialmente nas igrejas das grandes cidades está na população que cercava a igreja e que começou a mudar. Vários tipos de pessoas chegaram e partiram, deixaram de ter a mesma linguagem e as mesmas necessidades.

Um outro factor não menos importante reside nos membros da igreja que pouco a pouco se cansaram; tornou-se dificil trazer visitas, apesar dos esforços evangelísticos muito grandes, poucas das pessoas que assistem às campanhas permanecem em busca de um conhecimento bíblico mais profundo e como resultado, poucas são baptizadas. A assistência dos membros aos cultos durante a semana começou a diminuir. A assistencia da igreja flutua segundo os programas que são apresentados. É a este processo que se chama os “Ciclos de Vida da Igreja”

Alguns pastores e dirigentes das igrejas locais não conseguem compreender este fenómeno. A verdade porém é que as igrejas são organismos vivos e passam por etapas (vitórias, crises, crescimento, declínio). Alguns especialistas chegam a afirmar que o tempo médio de vida de uma igreja é de 70 anos, como acontece na vida de todos os seres humanos.

A questão fundamental é a de saber se é possível às igrejas mais antigas e que extagnaram no processo do crescimento, se poderão recuperar a vitalidade? Claro que sim! Sabemos que a igreja fundamentalmente é dirigida pelo Espírito Santo, sabemos no entanto que há uma relação entre acção do Espírito Santo e a acção do homem. Assim, há outra questão a colocar; estamos nós dispostos a pagar o preço e a mudar?  

Quando uma igreja é implantada, ela tende a ficar com as características da geração que a estabeleceu. A igreja continua com os valores tradicionais instalados pelos fundadores no seu ADN, mas com o tempo, menos pessoas aceitam as formas da geração pioneira.

Isto tem que acontecer?  Não, mas uma igreja precisa estar disposta a adaptar-se em relação à cultura que a cerca, sem contudo alterar os princípios Divinos.

Como alterar este conceito? Podemos desde já afirmar que o problema do crescimento da igreja não está
relacionado com o fundo (doutrina) mas com a forma (métodos). Uma pesquisa revelou que quanto mais velha uma congregação, mais difícil é alcançar novas pessoas.

Roger Dudley, especialista Adventista em Crescimento de Igreja descobriu que as igrejas jovens ganham novos crentes:
"Igrejas onde a maioria dos  membros foram baptizados há mais de vinte anos não crescem. As igrejas que crescem têm uma boa  proporção de membros  recém  convertidos ...Estes  novos convertidos são os melhores ganhadores de almas, porque eles têm uma rede de contactos de pessoas que não são membros da igreja... e frequentemente, o novo convertido, no seu primeiro amor, é mais activo em dizer aos seus amigos o que o Senhor fez por  ele."  
Roger Dudley, " How Churches Grow"  Ministry, july 1981, p.6

Esta pesquisa é aceite por todos os pastores e crentes com experiência em ganhar almas para Cristo. Os pesquisadores descobriram que, as igrejas mais jovens, realizam mais baptismos por membro do que congregações mais antigas.

"Se taxas de baptismo por 100 membros são usadas como uma medida de eficiência para uma igreja, então igrejas jovens são mais eficientes, pois baptizam mais.”
Phillip Barron Jones, "An Examination of the Statistical Grow of the Southem Baptist Convention"  in Understandig Church Grow and Decline,ed. Dean Hoge and David Roozem ( New York: Pilgrim Press, 1979), pág. 170.

“Este extenso estudo revelou que as igrejas com menos de 11 anos de idade, baptizam uma média de 9.5 baptismos por cada 100 membros, considerando que igrejas com mais de 41 anos de idade, a média é de somente 3.7 baptismos." ibidem , pág. 171.

Esta é uma das razões porque a igreja precisa plantar novas igrejas ou ter uma visão de missão muito forte, pois, isto é extremamente necessário. Também deve levar os responsáveis da igreja a ponderar e apoiar as igrejas que crescem, são estas que estão mais aptas a formar novas igrejas, pelas seguintes razões:
a)      Têm um espírito de crescimento.
b)      Formam líderes.
c)      Podem apoiar com regularidade a nova igreja.
d)     A igreja mãe e a igreja filha atingem pessoas que têm famílias em lugares onde não há igrejas.
e)      Actos 1:8.

“Ciclos de vida” - Estágios na vida da igreja.
Existem cinco fases básicas no ciclo de vida das igrejas. Alguns autores adicionam outras fases, mas normalmente relacionam-se com as que vamos ver:
1- Nascimento
2- Crescimento
3- Maturidade
4- Declínio
5- Morte.
O primeiro passo para recuperar uma igreja é identificar em que fase está.  Identificada a fase, torna-se mais fácil iniciar o processo de renovação. É também fulcral identificar a fase em que houve Crescimento e introduzir os mesmos ou o mais próximo possível os métodos então usados.

1. Nascimento
Grupo de crentes “sai” da igreja em Maturidade num espírito de missão para formar uma nova igreja. Este Grupo de crentes deve ser constituído por um ou mais irmãos com capacidade de liderança (Ancião, Escolsa Sabatina, Evangelismo, Jovens, Música  outros…),  novas idéias são implantadas de maneira rápida e a igreja vibra com a novidade de vida.
Muito pouco tempo deve ser passado em comissões, a estrutura humana deve ser o mais simples possível. A maior parte dos membros estão envolvidos em trabalhar para Cristo. A aceitação de novos métodos é fácil e exaltante.

2. Crescimento
A segunda fase do ciclo de vida é o crescimento. Nesta fase a igreja começa a expandir-se em resposta às actividades da primeira etapa.
Novos membros são batizados, e a igreja começa a ter um crescimento regular ano após ano. Há um ambiente acolhedor, amoroso e dinâmico, com a alegria de ter pessoas novas que são adicionadas à família de Deus.
A igreja ainda está aberta para adaptar-se a novas mudanças, mas em menor proporção, mas continua a crescer.

3. Maturidade
A terceira fase no ciclo da vida é o tempo de maturidade. O crescimento começa a declinar, mas o vigor permanece. A igreja estabilizou-se num certo número de membros, e os mesmos parecem satisfeitos com o que realizaram. Começam a relaxar e questionam e racionalizam: "Afinal, porque razão deveríamos continuar a testemunhar se temos  tanta gente na nossa igreja? Está sempre cheia ao Sábado!”.
O sentimento é: “Queremos apreciar e desfrutar.”.

4. Declínio
A quarta fase do ciclo de vida é a fase do declínio. Perdeu-se a visão da missão da igreja e a maioria não sabe o porquê.
Os membros mais novos sentem que se juntaram a uma igreja boa, mas não têm idéia da missão da igreja, porque ninguém fala deste assunto. Envolver os membros torna-se cada vez mais difícil. O conselho da igreja e a comissão de nomeações tem muito que  debater e muitas dificuldades para escolher novos oficiais cada ano. Uma frustração, ninguém deseja servir ou aceitar cargos na igreja!
 Os membros mais antigos sentem que fizeram a sua parte, e os mais jovens estão muito ocupados para se envolver.  Se alguém apresenta uma nova idéia, é imediatamente dito: "Já experimentamos esse plano antes, e não funciona", ou "nós não fazemos isto ou aquilo dessa maneira”. …Declinio!...

5. Morte
A quinta e ultima etapa do ciclo de vida é a morte. É a coisa mais difícil para uma igreja admitir, porque nenhuma igreja, líderes e membros pensam que a igreja deixará de existir.
Tendemos a falar do mal do presente e o bem do passado. Nem sempre o passado foi tão bom como as pessoas pensam…a verdade, a morte entrou pela porta já há muito tempo e esperou pacientemente que ela se fechasse.  

Qual o estado ou a fase em que está a sua igreja?
Depois de ver estas descrições, pergunte a si mesmo: onde está a minha igreja (Mateus 24:14), ou onde estou eu no meu conceito de igreja de Deus?

Segundo Russel Burril, cerca de 80 a 85 das igrejas adventistas na América do Norte estão numa situação difícil, no que concerne à sua missiologia. E em Portugal? É por isto que a questão do crescimento na Igreja Adventista é de vital importância. 

Irmãos é impossível crescer sem a visão de missão. No momento em que a igreja perde o horizonte, está pronta para o declínio e morte. Jesus estabeleceu uma igreja de missão, por isto temos que voltar ao conceito de missão dado por Deus.

Como levar a igreja a uma experiência de missão plena no poder do Espírito Santo?
“Todo o Céu está em actividade, e os anjos de Deus estão à espera para cooperar com todos os que queiram idear planos por cujo meio as almas por quem Cristo morreu ouçam as boas-novas da salvação.” Testemunhos Selectos vol.3, p. 66

Pontos chaves para mudança:

1. Descobrir em que ciclo está a sua igreja (juventude, adulto ou envelhecimento).
2. Admitir como processo normal a crise.
3. Um grupo de pessoas (jovens, adultos e pioneiros) para iniciar a mudança.
3. Um projecto a médio prazo de preparação, sementeira e colheita.
4. Mudança a coincidir com a transferencia do pastor.
6. Reavivamento inclui nova atitude e mudanças no culto (musica, pregação convincente).
8. Reavivamento inclui pregação dos principios e informação do sistema eclsiástico do funcionamento da igreja.
9. Crescimento inclui testemunho sério e persistente junto dos amigos, familiares e amigos.
10. Crescimento inclui, comunhão, conferencias (colheita), baptismos, alegria pela presença e direcção do Espírito Santo.

Esta igreja só é sua, se nela reinar Jesus! Ele é a cabeça da igreja, e Ele guiará e renovará em nós o compromisso com a Sua (Mateus 28:18-20) Missão.

“Cristo declarou que a divina influência do Espírito deveria estar com os Seus seguidores até ao fim. Mas esta promessa não é devidamente apreciada; e portanto também não a vemos cumprir-se na medida em que a poderíamos ver. A promessa do Espírito é assunto em que pouco se pensa; e o resultado é o que é de esperar – aridez, trevas, decadência e morte espirituais. Assuntos de menor importância ocupam a atenção, e o poder divino que é necessário ao desenvolvimento e prosperidade da igreja e que traria após si todas as outras bênçãos, esse falta, conquanto oferecido em sua infinita plenitude.” Testemunhos Selectos, vol. 3, pp.211,212

Resumo:
A única forma de travar o ciclo descendente é o de saber a história da fase de “Crescimento” e conduzir a igreja a essa fase.
1.         Renovar o sonho
2.         Apurar a visão
3.         Dar lugar à liderança dos leigos
4.         Valorizar as qualidades
5.         Sanar com a ajuda do Espírito Santo as dissenções
6.         Centrar Jesus Cristo
7.         Amar e Amar!

José Carlos Costa, pastor

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