quarta-feira, 18 de julho de 2012

Está Consumado

Tendo-o provado, Jesus disse: “Está consumado!” João 19:30

Os Evangelhos mencionam pouco da vida de Jesus desde o Seu nascimento até ao batismo. No entanto, alguns Evangelhos chegam a dedicar de um terço até a metade do espaço para os acontecimentos da última semana da vida do Mestre. Um desses detalhes é a repetição do número sete nos acontecimentos relacionados com a crucifixão.

Jesus passou por sete julgamentos – diante de Anás, Caifás, duas vezes no Sinédrio, uma vez diante de Herodes e duas vezes perante Pilatos. As acusações contra Jesus também somam sete: Ele ameaçou destruir o templo, chamaram-n´O malfeitor, perverteu a nação, proibiu o povo de pagar tributo, incitou a multidão, disse ser rei e pretendeu ser Filho de Deus.

Em contraste, temos também sete testemunhas a favor da Sua inocência. A mulher de Pilatos avisou dizendo: “Não te envolvas com este inocente” (Mt 27:19). “Traí sangue inocente” (Mt 27:4), disse Judas. Pilatos disse: “Não acho n´Ele motivo algum de acusação” (Jo 18:38). “Este homem não cometeu nenhum mal” (Lc 23:41), proferiu o ladrão na cruz. Mais tarde o centurião acrescentou: “Este homem era justo” (Lc 23:47).

João relata também as sete perguntas que Pilatos fez a Jesus: “És tu o rei dos judeus?”, “O que fizeste?”, “Então, tu és rei!”, “Que é a verdade?”, “De onde vens?”, “… não falas comigo?” E sua última pergunta foi: “Não sabes que eu tenho autoridade para libertar-te e para crucificar-te?” (Jo 18:33, 35, 37, 38; 19:9, 10).

Finalmente, temos as sete frases na cruz, pronunciadas apenas para um grupo de amigos e pessoas que estavam próximas. Por trás da última frase de Jesus – “Está consumado!” –, há um oceano de significado. “Consumado” era a palavra usada pelo empregado ao trazer o relatório do trabalho feito e do comerciante, ao constatar que o débito havia sido pago. Era também a palavra do pintor que, ao contemplar a sua obra, dava um passo atrás, assim como o general ao vencer a batalha, diziam: “Tetesletai.”

E Jesus, mesmo a sangrar, pronunciou-a em voz de triunfo: “Eu venci. Tudo o que necessitava ser feito foi feito.” João, que a escutou “Está consumado!” na cruz, muitos anos depois, já idoso e na Ilha de Patmos, ouviu Jesus dizer: “Está feito” (Ap 21:6). Na primeira vez, a frase foi dita na cruz; na segunda, foi proferida do trono de Deus, proclamando a vitória final. Entre as duas declarações, está a história da igreja, a sua história e a minha. Jesus quer-nos como vencedores. “O vencedor herdará tudo isto, e Eu serei o seu Deus e ele será Meu filho” (Ap 21:7).
Pr. José Carlos Costa

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