O conteúdo das próximas jornadas “Como Encontrar a Cristo I
e II” foi adaptado do capítulo 3 do livro Como Tornar Real o Cristianismo,
escrito pelo Pastor Morris Venden. Com humildade e espirito de submissão vamos
continuar nossa jornada.
Você já imaginou se Deus estivesse perdido? No passado. Ele
pareceu estar tão perdido que alguns até mesmo acreditaram que Ele estivesse
morto. Se Deus não está perdido, por que é tão difícil encontrá-Lo? Há vários
anos, li uma carta escrita por um jovem em idade colegial, e jamais fui capaz
de me esquecer do seu clamor por socorro:
“Muitos de nós, jovens fiéis, membros da igreja, estamos em
uma situação desesperada. Temos uma grande, ampla e profunda necessidade que
não está sendo satisfeita. Estamos morrendo de inanição porque não estamos
sendo alimentados.
“Por favor, leve-me a sério, porque sei do que estou
falando. Jovens estão deixando diariamente a igreja, amargurados, desiludidos e
sem esperança, enquanto outros nem mesmo consideram que tenham algo a ver com
religião, porque não vêem nela nada que os ajude.
“Não precisamos de mais sermões a respeito de testemunhar a
outros. Reiteradamente nos é dito que devemos partilhar o evangelho, mas, ao
responder a esse desafio, descobrimos que nada temos a dizer. Como podemos
convencer outros a aguardar o retorno de Cristo, quando a maioria de nós nem O
reconheceria se Ele viesse? Precisamos de alguém que nos fale acerca de Deus.
Sabemos tudo a respeito de doutrinas e práticas da igreja.
“Conhecemos muitas coisas. mas não conhecemos a Cristo.
Nunca fomos apresentados a Ele, e a menos que Deus opere um milagre e Se revele
a nós, jamais 0 conheceremos.
“Por favor, ensine-nos a como conhecer a Deus e Seu caráter.
Somos bebês espirituais. Precisamos de Jesus. Ansiamos conhecê-Lo. Mostre-nos,
de sua experiência pessoal, como nos comunicarmos com Ele. Nossa maior
necessidade é conhecer a Deus. Pode mostrar-nos como encontrá-Lo?” Esta
interrogação sobre “como encontrar a Cristo” não se limita a jovens de 20 anos
de idade. Pessoas que têm sido fiéis membros da igreja por 20 anos, também têm
admitido a frustração ao tentar encontrá-Lo. Uma vez alguém descreveu deste
modo o seu desespero: “Suponho que Deus nem mesmo sabe o meu endereço.”
É interessante notar que personagens bíblicos parecem ter
tido a mesma dificuldade ao tentarem encontrar a Deus. Jó 23:3 ecoa o clamor
desesperado de uma alma faminta: “Ah! Se eu soubesse onde O poderia achar!”
Amós 8:12 fala de um grupo de pessoas correndo de mar a mar, do Norte até ao
Oriente, procurando a Palavra do Senhor e não sendo capaz de achá-la. Não lhe
parece isso desanimador? Tem-se a curiosidade de saber se é possível encontrar
a Deus. É possível ao homem iniciar essa procura de Deus?
A Bíblia indica que alguns são bem-sucedidos nessa busca. Há
uns poucos. Mateus 7:14 descreve dois caminhos que levam ao nosso destino
final.
Conquanto a maioria de nós siga o caminho largo, que conduz
à morte, alguns logram encontrar o caminho estreito, que conduz à vida. Jesus
afirma que, se buscarmos, acharemos descanso para nossa alma (Mat. 7:7; 11:29};
e Deus promete que, quando O buscarmos de todo o coração, nós O acharemos (Jer.
29:13), porque Ele não está longe de nós (Atos 17:27).
É evidente, portanto, que existe apoio para buscarmos a
Deus. Não temos de esperar que venha o pregador ou o clérigo para convencer-nos
de que necessitamos de Deus. Outros podem ser um auxílio em levar-nos a
conhecer a Deus, mas a verdade é que Deus está sempre onde estamos, procurando
atrair-nos a Ele, mesmo antes de gastarmos muito tempo e energia procurando-O.
Lembro-me das histórias que Jesus contou a respeito da
ovelha perdida, da dracma perdida e do filho pródigo (Luc. 15).
Os publicanos e outros “pecadores” estavam se aglomerando em
torno dEle, escutando avidamente Suas palavras. Nos arredores da multidão, os
fariseus e doutores da lei, virtuosos aos seus próprios olhos, começaram a
murmurar entre si, dizendo: ”Este recebe pecadores e come com eles” (Luc. 15:2)
Jesus respondeu com uma parábola que demonstra a grande
verdade de que Deus nos está procurando e
que Seus esforços superam nossas tentativas para encontrá-Lo. E há encorajamento nesta tríplice parábola, porque ela descreve mais do que o procedimento de um Deus que procura o homem.
que Seus esforços superam nossas tentativas para encontrá-Lo. E há encorajamento nesta tríplice parábola, porque ela descreve mais do que o procedimento de um Deus que procura o homem.
Também nos fala da espécie de pessoas que Ele está
procurando. Na primeira história, um pastor que possui cem ovelhas em seu
aprisco, nota que está faltando uma. Em algum lugar no deserto, a ovelha estava
perdida, e se fosse deixada ao desamparo e sozinha, continuaria vagueando até
morrer. Mesmo conhecendo a sua situaçâo, ela não sabia o caminho de volta.
Imediatamente, o pastor saiu para o deserto e a procurou até
encontrá-la. Com grande regozijo, ele a levou para casa e reuniu seus amigos e
vizinhos, dizendo: “Alegrai-vos comigo! Achei minha ovelha perdida” (Luc 15:6).
Jesus deixou claro que a salvação não vem por buscarmos a
Deus, mas da nossa reação à busca de Deus por nós. Precisamente como a ovelha,
podemos saber que estamos perdidos, embora não saibamos o caminho de volta.
Mas Deus sai à nossa procura. A segunda história contada por
Jesus era acerca de uma mulher que possuía dez moedas de prata. Uma noite, ao
contá-las, descobriu que estava faltando uma, perdida provavelmente em algum
lugar dentro da sua própria casa. Ela acendeu uma candeia e remexeu a casa,
procurando em cada canto sua moeda perdida, em meio a toda a mobília e entulho
da casa. A busca continuou porque não importa quão pequena fosse a moeda de
prata, ela era ainda valiosa aos seus olhos.
Note que, ao invés de estar perdida nas montanhas ou no
deserto, essa moeda estava perdida dentro de casa. A dracma nem mesmo sabia que
estava perdida. Contudo, sua proprietária sabia melhor, e a procurou até achar.
Ela então ofereceu uma festa para celebrar o achado da moeda. Jesus novamente
ressaltou o fato de que o valor de uma alma jamais pode ser subestimado aos
olhos do Céu.
Então Jesus concluiu Sua mensagem com a parábola do filho
pródigo - um filho ingrato, que calculou deliberadamente a sua perdição.
Retirou-se com tantas riquezas quantas pôde levar consigo e partiu para um país
distante. Ali ele planejou perder-se, tentando esquecer-se do pai, tentando
fugir. Por algum tempo, ele pareceu ter alguma medida de sucesso e encontrou
amigos que o ajudaram a gastar desenfreadamente o seu dinheiro. Mas então
chegou o dia em que ele se viu no final dos seus recursos. Gastou o seu casaco,
o seu terno e o seu pulôver. Gastou sua camiseta e, finalmente, ”quando caiu em
si”, no chiqueiro, lembrou-se de todo o amor que seu pai lhe dispensava.
Aquele mesmo poder do amor estava atraindo-o de volta, e ele
disse: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai” {Luc. 15:18).
Existe perdão para o pecado deliberado? Perdoa Deus aos
apóstatas que planejam se perder? Essa parábola indica que, mesmo que saibamos
nosso caminho de volta, Deus ainda Se acha cada dia no portão de entrada,
esperando que o nosso vulto apareça na estrada. Ao avistar-nos, corre ao nosso
encontro para dar-nos as boas-vindas, com grande regozijo e felicidade.
Nessas três ilustrações, Jesus demonstra a bondade e a
amabilidade do Pai. Cada um de nós caiu em uma destas categorias, em alguma
ocasião da nossa vida. Podemos saber que estamos perdidos e, contudo, não
perceber o caminho de volta; podemos nem mesmo saber que estamos perdidos ou
podemos, deliberadamente, planejar estar perdidos, mesmo sabendo o caminho de
volta. Jesus nos assegura que Deus está procurando todas as três classes de
pessoas. Todos são valiosos e o Céu se regozija sempre quando qualquer
indivíduo é salvo.
Essa é a ocupação de Deus. Isso é o plano da salvação. Deus
não é um Ser evasivo, que está brincando de esconde-esconde enquanto nosso
destino eterno
pende na balança. Não está procurando nos evitar.
Ao contrário, servimos a um Deus que nunca nos deixa
vagueando e sozinhos; quer saibamos que estamos perdidos quer não, quer
conheçamos o caminho de volta, quer não.
Deus toma a iniciativa em cada caso, ficando conosco,
atraindo-nos a Ele e esperando até que percebamos Sua presença. Continuamos a
procurá-Lo porque Ele nos procurou primeiro. Nós 0 amamos porque Ele nos amou
primeiro - Ele está sempre nos procurando. ”Bem”, dirá alguém, ”se Cristo nos
está procurando, por que é tão difícil encontrá-Lo?” O problema tem sido sempre
o mesmo, desde o princípio, quando o pecado entrou em nosso mundo. Não podemos
achá-Lo porque gastamos a maior parte do nosso esforço e energias fugindo dEle,
e às vezes fugimos mesmo depois de O termos achado.
Adão fugiu por entre as árvores e arbustos do Jardim do
Éden, sabendo que Deus logo viria falar com ele, como fazia diariamente. Adão
estava com medo de encará-Lo, depois de se rebelar contra Sua vontade.
Finalmente, encontrou um denso matagal e se escondeu, esperando que Deus não o
visse. Mas Deus veio correndo atrás dele.
Jacó fugiu de sua casa e de sua família para o deserto. Seu
irmão estava a fim de matá-lo, e ele imaginou que sua vida estava prestes a
terminar. Exausto, deitou-se na poeirenta beira de estrada, pondo uma rocha por
travesseiro, e tentou dormir. Então viu a escada mística que ia da Terra ao
Céu. Deus o estivera seguindo, e Jacó ficou emocionado com a percepção de que
Deus ainda o amava, a despeito da sua perfídia.
Jonas também fugiu de Deus. Receoso de levar a mensagem a
Nínive, ele fugiu. Dentro de um navio, em alto mar, ele pensava que finalmente
havia logrado êxito em sua fuga, mas Deus o seguiu, até ao ventre do grande
peixe.
Saulo de Tarso tentou matar todos os cristãos de Jerusalém.
Dali, partiu para Damasco, em uma ânsia de dar fim aos novos cristãos. Deus
correu atrás dele, disposto a perdoar o passado e pronto a ajudar Saulo a
construir nEle uma nova vida. Seguiu-o ao longo da estrada de Damasco,
lembrando a Saulo a oração de um moribundo: ”Senhor, não lhes imputes este
pecado” (Atos 7:60).
É muito difícil fugir de Deus, mas com frequência tentamos
tudo que está ao nosso alcance, toda manobra e evasão, tentando deixá-Lo para
trás. Em todos os casos, estamos realmente fugindo da mesma coisa - submissão.
Estamos tentando evadir-nos daquele momento da verdade em que nos deparamos com
a percepção de que somos incapazes de administrar a vida e as coisas da
eternidade. Nosso ego e orgulho tornam muito difícil a rendição de nós mesmos. Nosso
coração humanista prefere a religião do “faça-o você mesmo”, na qual confiamos
em nossa capacidade e recursos inerentes. Queremos apoiar-nos em algo que
possamos fazer, de sorte que inventamos toda sorte de meios para escapar da
submissão.
Frequentemente, procuramos manter-nos ocupados com assuntos
bastante legítimos, tais como estudos ou trabalho, para que não tenhamos de
pensar seriamente nos temas do tempo, eternidade e relacionamento com Deus. Os
estudantes de faculdade gostam de queixar-se a respeito de ter deveres demais
para fazer e não ter tempo suficiente para cumpri-los. Mas rememorando os meus
anos no colégio, acho que foram os dias mais despreocupados da minha vida,
porque cada ano que passa traz mais deveres e responsabilidades, enquanto o
tempo parece mover-se mais e mais rápido. Alguém me deu um livro com o
intrigante título: Como Viver 24 Horas por Dia. Planejo lê-lo um dia. Ainda não
o fiz porque não tenho tempo suficiente!
Se tentarmos escapar através dos deveres mundanos da vida,
então nos tornamos absorvidos no prazer. Fugimos de nós mesmos e de Deus,
sempre em grande atividade, em constante movimento, sempre à procura de mais
uma excitação ou emoção para guardar-nos de pensar a respeito do futuro.
Escapismo orientado para o prazer. Desenvolvemos uma espécie de síndrome para
as eternas inquietações. Se não podemos encontrar suficiente atividade ou
prazer para manter-nos ocupados, ficamos transtornados porque a pior tortura do
mundo seria ter tempo para pensar em Deus e na eternidade. Embora nos queixemos
de excesso de trabalho, estamos contentes porque isto ajuda a impedir que
entreguemos o eu.
Outra rota de escape é através da pseudo-religião.
Revesti-mo-nos de toda a ostentação, exterioridades do comportamento e
vocabulário religioso. Tornamo-nos peritos em simulação, em representação, em
fingir que estamos perto de Deus, sendo que não estamos.
Quando não podemos aceitar um relacionamento pessoal de
dependência de Deus, procuramos maneiras de evitá-Lo, que passem por meios de
lembrar-nos dEle. Gostamos de passar uma grande parte do tempo discutindo,
dissecando e analisando temas religiosos.
Geralmente não há nenhum valor prático em tais especulações,
mas exibem nossa ginástica mental e enganam a outros, levando-os a pensar que
somos religiosos.
O tempo todo, porém, mesmo enquanto deliberadamente estamos
tentando fugir de Deus, Ele nos está seguindo, ficando por perto, ajudando-nos
quando não o sabemos, guiando-nos quando não pretendemos.
Ele permanece conosco, procurando uma oportunidade de
permitir-nos saber que Ele nos ama e cuida de nós, mesmo enquanto estamos
fugindo.
Todavia, há uma maneira ainda mais sutil de fugir de Deus, e
desta nem sempre estamos cientes ou dispostos a admitir. Depois de percebermos
nossa necessidade de Deus, ainda podemos tropeçar ante a ideia de submissão, de
entrega, de sorte que procuramos forjar nossas próprias rotas de salvação.
Tomamos a iniciativa na busca, imaginando que por nós mesmos somos capazes de
achá-Lo.
Muitos de nós tentamos efetuar mudanças comportamentais -
algo tangível de ser realizado. Analisamos a nós mesmos tentando buscar a Deus
através da auto-realização, usando a abordagem psicológica, sem Deus como seu
centro e sem Cristo como modelo.
Tentamos renunciar a nossas práticas e hábitos pecaminosos,
nossas más associações e nossa impiedade. Se tivermos sucesso em modificar o
nosso comportamento, se somos bem-sucedidos em nos tornar pessoas corretas, de
princípios morais, então pensamos que encontramos a Deus.
Às vezes cremos que encontramos a Deus quando temos apenas a
devida combinação de ternos sentimentos e exaltações emocionais. Religião
sensacional, não fundamentada na Palavra de Deus. Procuramos uma certa
atmosfera e tentamos estar cercados pela devida espécie de pessoas. O sucesso
em encontrar a Deus é medido pelo número de lágrimas derramadas, pelos
calafrios que percorrem nossa espinha, as suaves luzes e a música que nos
ajudam a sentir-nos religiosos. De algum modo, pensamos que, se tão-somente
pudermos conseguir o ambiente adequado, receberemos o suficiente de uma injeção
espiritual que durará até ao próximo reavivamento emocional em algum lugar.
E assim isto abrange todos os tipos de métodos de escape do
momento da verdade em que percebemos a necessidade de rendição a Deus. Tentamos
fugir respondendo a um chamado ao altar ou indo à igreja ou ao pastor. Tentamos
esquivar-nos decidindo que nunca mais tornaremos a praticar certos atos.
Fazemos todos os tipos de promessas e esforços, mas enquanto os dias passam,
nosso escritório encontra-se vazio das marcas dos nossos joelhos e a capa da
nossa Bíblia, em que são retratados a vida e o caráter de Jesus, acumula pó em
nossas prateleiras.
Texto Adicional
Andar com Deus todos os dias é o segredo para se pensar e
agir biblicamente num mundo materialista e secularizado.
Não esqueça
“Os que põem toda a armadura de Deus e devotam algum tempo
cada dia à meditação, oração e estudo das Escrituras estarão em ligação com o
Céu e terão uma influência salvadora, transformadora sobre os que os cercam.
Pensamentos elevados, nobres aspirações, claras percepções da verdade e dever
para com Deus, serão seus. Ansiarão por pureza, luz, amor, por todas as graças
do novo nascimento.” – Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, págs. 112 e 113.
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