A história do aparecimento de Jesus junto dos dois
discípulos no caminho de Emaús revela a função que a Bíblia desempenha no
processo de dar início a um verdadeiro reavivamento. Aqueles seguidores de
Cristo estavam confusos. Gradualmente, porém, Ele “explicava-lhes o que d´Ele
se achava em todas as Escrituras” (Lucas 24:27). Jesus repetiu-lhes as
profecias do Velho Testamento a respeito do Messias. Ele podia ter operado um
milagre para provar a Sua identidade ou ter-lhes mostrado as cicatrizes nas Suas
mãos. Não o fez. Em vez disso, Ele deu-lhes um estudo Bíblico.
Repare na reacção deles quando refletiram sobre o que tinha
acontecido naquele dia: “Porventura não ardia em nós o nosso coração quando,
pelo caminho, nos falava, e quando nos abria as Escrituras?” (Lucas 24:32).
Foi depois que ficaram só que eles chegaram ao centro do
mais profundo dos seus seres e aí permaneceram por instantes – parados,
silenciosos, atentos. A meditação é, essencialmente, um modo de aprendermos a
estar despertos, plenamente vivos e calmos. O caminho para esse estado
vigilante é o silêncio e a quietude. Isto é um grande desafio para as pessoas do
nosso tempo, porque estamos invadidos por ruídos e distracções e poucos são os
que tem experiência do silêncio, e o silêncio pode ser terrivelmente ameaçador
para as pessoas de uma cultura dos “ruídos”, como aquela em que vivemos. Temos de
nos habituar a esse silêncio. É por isso que o caminho da meditação é o caminho
para aprender a dizer uma palavra interiormente, no nosso coração.
Acho que o que todos temos de aprender não é tanto como
criar silêncio: o silêncio já está dentro de nós. O que temos a fazer é entrar
nele, tornamo-nos silenciosos, tornarmo-nos o próprio silêncio. O propósito da
meditação e o seu desafio é permitir-nos ficar suficientemente silenciosos,
para que esse silêncio interior possa emergir. O silêncio é a linguagem do
Espírito.
Aprender a dizer a nossa palavra maranatha, deixando para
trás todas as outras palavras, ideias, imaginação e fantasias, é aprender a
entrar na presença do Espírito, que vive no mais profundo do nosso coração, que
ai mora em amor (João 20:19-21). E acrescenta: “Recebei o Espírito Santo” v.22.
O Espírito de Deus vive nos nossos corações, em silêncio. E, com humildade e
fé, devemos entrar nessa presença silenciosa.
O objectivo mais importante na meditação cristã é permitir
que a presença misteriosa e silenciosa de Deus, que está dentro de nós (João
16:8), se torne cada vez mais, não apenas uma realidade, mas, a realidade das
nossa vidas; para que se torne essa realidade que dá sentido, forma e propósito
a tudo o que fazemos, a tudo o que somos.
Então, acontecerá reavivamento tal como no dia de
Pentecostes. Acontecerá vida!
“O Espírito ´emerge´ dos discípulos, que expectantes oravam,
com uma plenitude que alcançou cada coração. O Ser infinito revelou-Se em poder
à Sua igreja. Era como se por séculos esta influência estivesse sendo reprimida,
e agora o Céu se regozijasse em poder derramar sobre a igreja as riquezas da
graça do Espírito. E sob a influência do Espírito, palavras de penitência e
confissão misturavam-se com cânticos de louvor por pecados perdoados.” Atos dos
Apóstolos, p. 37
José Carlos Costa,
pastor
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