Um renomado cirurgião, chamado Lewis Evans, viajou a Coréia
para visitar um colega que estava trabalhando como missionário ali. Dr. Evans
acompanhou seu amigo a uma vila distante
onde uma mulher doente requeria uma cirurgia de emergência. Ele assistia ao
médico, enquanto este calma e firmemente realizava a operação que durou sete
horas em um sufocante calor e sob primitivas condições.
Depois, enquanto conversavam, o Dr. Evans brincou: “Ei
Doutor, quanto você ganhou por uma operação como esta de hoje? Nos Estados
Unidos ganharia no mínimo $ 15.000.”
O outro homem pegou
uma moeda de cobre furada de sua gaveta e explicou que aquilo era tudo o que o
paciente tinha dado. Então, disse: “Primeiro, eu ganhei esta moeda furada, e
depois, tenho a profunda convicção de que Cristo esteve trabalhando por sete
horas através destes dedos para tocar e curar um de seus filhos.” Isto é
cristianismo!
É nosso privilégio tocar outras pessoas do mesmo modo que
Cristo fez. De fato, este é o nosso modelo de evangelismo. O livro de João
deixa-nos alguns exemplos de como Jesus Se propõe a mudar as pessoas.
Como Jesus Se relacionava com as Pessoas
A história começa no primeiro capítulo de S. João, versos 37
e 38. Aqui, nós vemos dois discípulos de João Batista que ouviram Jesus falar
e, imediatamente, se afastaram da multidão para segui-lO. Jesus Se volta para
eles e pergunta: “Que buscais?” O Mestre não iniciou a partir de sua agenda,
mas da deles. Ele não Se aproximou deles com um programa pré-arranjado. Ele
começou onde eles estavam e, gradualmente, os conduziu a Si mesmo: “– Rabi,
onde moras?” Respondeu-lhes: “Vinde e vede.”
Em S. João 2 está registrada a visita de Cristo à festa de
casamento em Caná. Durante a celebração, acabou o vinho. Isto significava um
desastre social. Era humilhante aos convidados ficarem sem ser servidos. A mãe
de Jesus percebeu a ansiedade dos anfitriões e a comunicou ao Filho. Ele
ordenou que se enchessem as 6 talhas de pedra e os transformou em vinho, o
melhor da festa. Problema resolvido. O milagre mostra a disposição de Cristo em
atender às necessidades das pessoas, mesmo daquelas que não parecem
espirituais. Ele atendia às necessidades do momento.
Em S. João 3, nós encontramos Jesus conversando com um
fariseu que Lhe pediu uma audiência na calada da noite. Nicodemos se tornou
consciente de que necessitava de algo mais do que uma religião formal; algo
mais do que a tradição e o ritual. Então, Jesus mostrou-lhe exatamente o que
ele estava procurando e como obtê-lo: “Você precisa nascer de novo.” Esse líder
estava receptivo, naquela noite, para receber direção espiritual, assim, Jesus
o atendeu nesse nível.
Então nós chegamos a S. João 4. Cristo estava passando por
Samaria e encontrou-Se com uma mulher perto do poço. Ele atendeu às suas
necessidades, com muito tato, ao dar-lhe uma medida de respeito. Ignorando
séculos de preconceitos, Ele pediu: “Dá-me de beber.” Essa mulher havia passado
por 6 maridos. Os homens da vila a consideravam um mero objeto de prazer. Ela
tinha ido sozinha ao poço, já que as demais mulheres da vila a evitavam. Então,
Jesus ofereceu a essa rejeitada apoio emocional, tratando-a com respeito e
oferecendo-lhe algo maravilhoso: água que saciaria para sempre a sua sede. Ele,
cuidadosamente, a conduziu ao ponto onde ela estava, preocupada em tirar água
do poço para Ele, o Doador da Vida Eterna.
S. João 5 mostra-nos uma dramática cura junto ao tanque de
Betesda. Novamente, Jesus estava encontrando um ser humano precisamente no
ponto de sua presente necessidade. Este pobre paralítico, que tinha estado em
desespero por 38 anos, queria mover-se, andar! Então, Jesus lhe perguntou:
“Queres ficar são?” Despertando, assim,
uma fagulha de fé no seu coração. Respondendo à ordem de Jesus, ele se levantou
sobre os seus pés. Seu corpo inválido, subitamente, tornou-se perfeito. Jesus
atendeu à sua necessidade física.
Era essa a maneira de Jesus trabalhar. Ele não disse aos
noivos das bodas de Caná que eles tinham de nascer de novo. Ele atendia às
necessidades sentidas no momento. Ele não falou ao paralítico sobre a Água
viva, pois isso não o despertaria. Ele o ajudou a andar.
Em S. João 6, nós encontramos Cristo envolvido com milhares
de pessoas famintas na encosta de uma colina em frente ao Mar da Galiléia. Elas
tinham uma necessidade definida, a qual era indicada pelos soluços das
crianças. Os discípulos sugeriram que a multidão fosse dispensada para cada um
providenciar o seu próprio alimento. Mas, Jesus insistia que eles como
evangelistas, precisavam atender às necessidades do povo com suas escassas
provisões. Necessidade atendida.
Eis um sumário do que Jesus fez nos seis primeiros capítulos
de S. João:
Método De Jesus:
O método de evangelismo de Jesus é simples: alcançar as
pessoas onde elas estão, tocá-las no ponto de suas necessidades e dar-lhes um
lampejo do Seu magnífico amor.
A estratégia do Senhor é, belamente, sintetizada no livro
Ciência do Bom Viver, página 143:
“Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no
aproximar-se do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoas
que lhes desejava o bem. Manifestava simpatia por eles, ministrava-lhes às
necessidades e granjeava-lhes a confiança. Ordenava, então: “Segue-Me.”
O método de Cristo no
evangelismo vai além de discursos memorizados e apresentações “enlatadas”; Ele
é rico e dinâmico.
A – Expressão corporal de Cristo:
1. Olhos – “Amor expresso nos olhos e na voz atraíam…”
(Ev,124).
2. Palavras – “Não fora o espírito suave, cheio de simpatia,
refletindo-se em cada olhar e palavra, e Ele não teria atraído as grandes
multidões que atraiu.” (Idem).
“Aqueles que estudarem os métodos de ensino de Cristo, e se
educarem em Lhe seguir o trilho, hão de atrair grande número de pessoas,
mantendo sua atenção, como Cristo fazia outrora.” (Idem)
B – Alguns de Seus métodos:
1. Ilustrações: Surpreendia com ilustrações que prendiam a
atenção. Ilustrações tiradas das coisas da vida diária.
2. Instrução: Por meio da imaginação, chegava-lhes à alma.
3. Misturava-se:
Conversão
C – Exercício:
Leia esses textos com um grupo: Mt. 9:11,12; Lc. 7:36-40;
Lc. 19:5-9. Descubra o seguinte:
a) Como Ele misturava-se.
b) As necessidades atendidas.
c) O resultado.
D – Como misturava-se:
1. Ilustração do sal e do fermento: Mt 5:13 e Mt. 13:33.
2. Ordem de Jesus: João 17:15.
3. Através do contato pessoal e associação.
“Jesus entrava em contato pessoal com as pessoas. Não se
mostrava arredio e afastado daqueles que necessitavam de Seu auxílio. Ele
penetrava nos lares dos homens, confortava os tristes, curava os enfermos,
alertava os descuidados, e saía pela vizinhança fazendo o bem.” Beneficência
Social, p. 60.
Princípio do Relacionamento Pessoal
Evangelismo é fundamentado em relacionamentos pessoais. Ao
desenvolvermos amizade genuína com indivíduos, cria-se laços de confiança.
Ex.: John Wesley pregava a auditórios de 20.000. Interesse
era despertado em grandes reuniões públicas. Mas, os homens experimentavam
crescimento na graça em grupos. Evangelismo era mais do que descarregar um caminhão
de doutrinas. Ele entendeu que é difícil ganhar pessoas que você não conhece.
(Padded Pews or Open Doors, M. Finley, pag. 30).
Necessidades Sentidas e Necessidades Últimas
Necessidade sentida é a área da vida onde um indivíduo sente
que necessita de ajuda. É a necessidade percebida. Muitos empresários ansiosos,
por exemplo, têm necessidade de aliviar o stress. O fumante inveterado tem a
necessidade de abandonar o vício.
Uma necessidade última, no entanto, é a que os seres humanos
mais necessitam – cada pessoa no planeta precisa de Deus em sua vida.
Reconciliação com Deus é a última e principal necessidade.
A revista Psychology Today, na edição de setembro de 1987,
trouxe um artigo mostrando quais as maiores preocupações dos americanos,
conforme uma pesquisa. Elas são:
Hierarquia das Necessidades
Abraão Maslow identificou a hierarquia das necessidades,
conforme se vê:
1 – NECESSIDADES FÍSICAS
•fome e sede
•sono
•saúde
•exercício
•sexo
2 – SEGURANÇA
•Proteção
•Conforto e paz
•Nenhuma ameaça ou
perigo
3 – AMAR
•Aceitação
•Sentimento de
pertencer a alguém
•Participação em
grupo
4 – AUTO-ESTIMA
•Reconhecimento e
prestígio
•Competência e
sucesso
•Força e inteligência
5 – ATUALIZAÇÃO
•Auto realização do
potencial
•Fazer coisas pelo
desafio de realização
•Curiosidade
intelectual
•Criatividade
As mais Altas Necessidades
Motivo: “Consciente
ou inconsciente necessidade que impele uma pessoa a certa ação ou
comportamento”.
(Fonte: Felt Need Evangelism Syllabus – Andrews
University)
Outras Necessidades
Compromisso: Entregar-se a algo que transcende o ordinário,
o comum da existência. Pessoas não se satisfazem com tarefas rotineiras.
Satisfazem a essa necessidade pertencendo ao grupo dos Corintianos, a uma causa
política, ou na defesa da ecologia.
Filosofia Cósmica: Necessita saber que todas as coisas têm
um significado, que pertence a um universo ordenado. Que a vida tem origem e
destino eterno.
(Fonte: Present Truth in a Secular World. J. Paulien, p.
127.)
Após uma noite de pregação no auditório Pacheco, no Piauí,
uma mulher chamada Deusa veio contar-me a sua história. Era uma fumante inveterada, alcoólatra e
prestes a perder o emprego. Tudo aconteceu depois que o seu marido a abandonou,
desestruturando a sua vida. Era
refratária à mensagem bíblica. Foi
atraída pelo curso Como Deixar de Fumar e o seminário sobre o stresse.
O momento decisivo em sua vida veio quando ela percebeu que
os Adventistas se importavam o suficiente com ela para saciar-lhe às necessidades
físicas e ajudá-la a se livrar dos vícios. Após abandonar o cigarro e o álcool,
ela percebeu que necessitava de Deus e foi batizada.
Há muitos que não demostram interesse nas coisas do
Espírito, mas que se maravilham quando alguém vai até onde ele se encontra e
atende às suas necessidades.
Ellen White confirma:
“Muitos não têm fé em Deus e perderam a confiança no homem.
Mas apreciam ver atos de simpatia e prestatividade. Ao verem alguém sem
qualquer incentivo de louvor terrestre ou compensação, aproximar-se de seus
lares, ajudando os enfermos, alimentando os famintos, vestindo os nus,
confortando os tristes e ternamente chamando a atenção para Aquele de cujo amor e piedade o obreiro humanos é
apenas mensageiro – ao verem isto, seu coração é tocado. Brota a gratidão, e fé
é inspirada. Vêem que Deus cuida deles, e ao ser Sal Palavra aberta, estão
preparados para ouvi-la.”
(Medicina e Salvação, p. 247).
Cristo estava não apenas interessado em transformar água em
vinho, mas em revelar o vinho do Evangelho aos Seus contemporâneos. Não apenas
em multiplicar os pães, mas em mostrar ao povo o Pão da Vida. Tudo que fazemos
deve ter um propósito último: Conduzir almas ao Senhor Jesus.
O Melhor Método Evangelístico – por Mark Finley
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