Se pensarmos na
história de uma igreja estabelecida há mais de 50 anos, numa vila ou cidade
teremos uma igreja que varia entre os 50 e os 300 membros, dependendo de vários
factores, porém este é normalmente o número de membros para este período,
durante o qual ouve situações de reavivamento e crescimento e também de
mornidão sem crescimento regular.
Um dos factores principais para a falta de
crescimento, especialmente nas igrejas das grandes cidades está na população
que cercava a igreja e que começou a mudar. Vários tipos de pessoas chegaram e
partiram, deixaram de ter a mesma linguagem e as mesmas necessidades.
Um outro factor não menos importante reside
nos membros da igreja que pouco a pouco se cansaram; tornou-se dificil trazer
visitas, apesar dos esforços evangelísticos muito grandes, poucas das pessoas
que assistem às campanhas permanecem em busca de um conhecimento bíblico mais
profundo e como resultado, poucas são baptizadas. A assistência dos membros aos
cultos durante a semana começou a diminuir. A assistencia da igreja flutua segundo
os programas que são apresentados. É a este processo que se chama os “Ciclos de
Vida da Igreja”
Alguns pastores e dirigentes das igrejas locais
não conseguem compreender este fenómeno. A verdade porém é que as igrejas são organismos vivos e passam por
etapas (vitórias, crises, crescimento, declínio). Alguns especialistas
chegam a afirmar que o tempo médio de vida de uma igreja é de 70 anos, como
acontece na vida de todos os seres humanos.
A questão fundamental é a de saber se é
possível às igrejas mais antigas e que extagnaram no processo do crescimento, se
poderão recuperar a vitalidade? Claro que sim! Sabemos que a igreja
fundamentalmente é dirigida pelo Espírito Santo, sabemos no entanto que há uma
relação entre acção do Espírito Santo e a acção do homem. Assim, há outra
questão a colocar; estamos nós dispostos a pagar o preço e a mudar?
Quando uma igreja é implantada, ela tende a
ficar com as características da geração que a estabeleceu. A igreja continua
com os valores tradicionais instalados pelos fundadores no seu ADN, mas com o
tempo, menos pessoas aceitam as formas da geração pioneira.
Isto tem que acontecer? Não, mas uma igreja precisa estar disposta a
adaptar-se em relação à cultura que a cerca, sem contudo alterar os princípios
Divinos.
Como alterar este conceito? Podemos desde
já afirmar que o problema do crescimento da igreja não está
relacionado com o fundo (doutrina) mas com a forma (métodos). Uma pesquisa revelou que quanto mais velha uma congregação, mais difícil é alcançar novas pessoas.
relacionado com o fundo (doutrina) mas com a forma (métodos). Uma pesquisa revelou que quanto mais velha uma congregação, mais difícil é alcançar novas pessoas.
Roger Dudley,
especialista Adventista em Crescimento de Igreja descobriu que as igrejas
jovens ganham novos crentes:
"Igrejas onde a maioria dos membros foram baptizados há mais de vinte anos
não crescem. As igrejas que crescem têm uma boa proporção de membros recém convertidos ...Estes novos convertidos são os melhores ganhadores
de almas, porque eles têm uma rede de contactos de pessoas que não são membros
da igreja... e frequentemente, o novo convertido, no seu primeiro amor, é mais
activo em dizer aos seus amigos o que o Senhor fez por ele."
Roger Dudley, " How Churches Grow" Ministry, july 1981, p.6
Esta pesquisa é aceite por todos os
pastores e crentes com experiência em ganhar almas para Cristo. Os
pesquisadores descobriram que, as igrejas mais jovens, realizam mais baptismos
por membro do que congregações mais antigas.
"Se taxas de baptismo por 100
membros são usadas como uma medida de eficiência para uma igreja, então igrejas
jovens são mais eficientes, pois baptizam mais.”
Phillip Barron Jones, "An Examination of the
Statistical Grow of the Southem Baptist Convention" in Understandig Church Grow and Decline,ed.
Dean Hoge and David Roozem ( New York: Pilgrim Press, 1979), pág. 170.
“Este extenso estudo revelou que as igrejas
com menos de 11 anos de idade, baptizam uma média de 9.5 baptismos por cada 100 membros, considerando que igrejas com
mais de 41 anos de idade, a média é de
somente 3.7 baptismos." ibidem
, pág. 171.
Esta é uma das razões
porque a igreja precisa plantar novas igrejas ou ter uma visão de missão muito
forte, pois, isto é extremamente necessário. Também deve levar os responsáveis
da igreja a ponderar e apoiar as igrejas que crescem, são estas que estão mais
aptas a formar novas igrejas, pelas seguintes razões:
a)
Têm um
espírito de crescimento.
b)
Formam
líderes.
c)
Podem
apoiar com regularidade a nova igreja.
d)
A igreja
mãe e a igreja filha atingem pessoas que têm famílias em lugares onde não há
igrejas.
e)
Actos 1:8.
“Ciclos de vida” - Estágios na vida
da igreja.
Existem cinco
fases básicas no ciclo de vida das igrejas. Alguns autores adicionam outras
fases, mas normalmente relacionam-se com as que vamos ver:
1- Nascimento
2- Crescimento
3- Maturidade
4- Declínio
5- Morte.
O primeiro passo para recuperar uma igreja
é identificar em que fase está.
Identificada a fase, torna-se mais fácil iniciar o processo de renovação.
É também fulcral identificar a fase em que houve Crescimento e introduzir os
mesmos ou o mais próximo possível os métodos então usados.
1. Nascimento
Grupo de crentes “sai” da igreja em
Maturidade num espírito de missão para formar uma nova igreja. Este Grupo de
crentes deve ser constituído por um ou mais irmãos com capacidade de liderança
(Ancião, Escolsa Sabatina, Evangelismo, Jovens, Música outros…),
novas idéias são implantadas de maneira rápida e a igreja vibra com a
novidade de vida.
Muito pouco tempo deve ser passado em
comissões, a estrutura humana deve ser o mais simples possível. A maior parte
dos membros estão envolvidos em trabalhar para Cristo. A aceitação de novos
métodos é fácil e exaltante.
2. Crescimento
A segunda fase do ciclo
de vida é o crescimento. Nesta fase a igreja começa a expandir-se em resposta
às actividades da primeira etapa.
Novos membros são
batizados, e a igreja começa a ter um
crescimento regular ano após ano. Há um ambiente acolhedor, amoroso e
dinâmico, com a alegria de ter pessoas novas que são adicionadas à família de
Deus.
A igreja ainda está
aberta para adaptar-se a novas mudanças, mas em menor proporção, mas continua a crescer.
3. Maturidade
A terceira fase no ciclo da vida é o tempo
de maturidade. O crescimento começa a declinar, mas o vigor permanece. A igreja
estabilizou-se num certo número de
membros, e os mesmos parecem
satisfeitos com o que realizaram. Começam a relaxar e questionam e
racionalizam: "Afinal, porque razão deveríamos
continuar a testemunhar se temos tanta
gente na nossa igreja? Está sempre cheia ao Sábado!”.
O sentimento é: “Queremos apreciar e desfrutar.”.
4. Declínio
A quarta fase do ciclo de vida é a fase do
declínio. Perdeu-se a visão da missão da igreja e a maioria não sabe o porquê.
Os membros mais novos sentem que se juntaram
a uma igreja boa, mas não têm idéia da missão da igreja, porque ninguém fala
deste assunto. Envolver os membros torna-se cada vez mais difícil. O conselho
da igreja e a comissão de nomeações tem muito que debater e muitas dificuldades para escolher
novos oficiais cada ano. Uma frustração, ninguém deseja servir ou aceitar
cargos na igreja!
Os membros mais
antigos sentem que fizeram a sua parte, e os mais jovens estão muito
ocupados para se envolver. Se alguém
apresenta uma nova idéia, é imediatamente dito: "Já experimentamos esse
plano antes, e não funciona", ou "nós não fazemos isto ou aquilo dessa maneira”. …Declinio!...
5. Morte
A quinta e ultima etapa do ciclo de vida é
a morte. É a coisa mais difícil para uma igreja admitir, porque nenhuma igreja,
líderes e membros pensam que a igreja deixará de existir.
Tendemos a falar do mal do presente e o bem
do passado. Nem sempre o passado foi tão bom como as pessoas pensam…a verdade,
a morte entrou pela porta já há muito tempo e esperou pacientemente que ela se
fechasse.
Qual o
estado ou a fase em que está a sua igreja?
Depois de ver estas descrições, pergunte a si
mesmo: onde está a minha igreja (Mateus 24:14), ou onde estou eu no meu
conceito de igreja de Deus?
Segundo Russel Burril, cerca de 80 a 85 das igrejas
adventistas na América do Norte estão numa situação difícil, no que concerne à
sua missiologia. E em Portugal? É por isto que a questão do crescimento na
Igreja Adventista é de vital importância.
Irmãos é impossível crescer sem a visão de
missão. No momento em que a igreja perde o horizonte, está pronta para o
declínio e morte. Jesus estabeleceu uma igreja de missão, por isto temos que
voltar ao conceito de missão dado por Deus.
Como levar a igreja a uma experiência de
missão plena no poder do Espírito Santo?
“Todo o
Céu está em actividade, e os anjos de Deus estão à espera para cooperar com
todos os que queiram idear planos por cujo meio as almas por quem Cristo morreu
ouçam as boas-novas da salvação.” Testemunhos Selectos vol.3, p. 66
Pontos
chaves para mudança:
1. Descobrir em que ciclo está a sua igreja (juventude, adulto ou
envelhecimento).
2. Admitir como processo normal a crise.
3. Um grupo de pessoas (jovens, adultos e
pioneiros) para iniciar a mudança.
3. Um
projecto a médio prazo de preparação, sementeira e colheita.
4. Mudança a coincidir com a transferencia do pastor.
6. Reavivamento inclui nova atitude e
mudanças no culto (musica, pregação convincente).
8. Reavivamento inclui pregação dos principios e informação do
sistema eclsiástico do funcionamento da igreja.
9.
Crescimento inclui testemunho sério e persistente junto dos amigos, familiares
e amigos.
10. Crescimento inclui, comunhão,
conferencias (colheita), baptismos, alegria pela presença e direcção do
Espírito Santo.
Esta igreja só é sua, se nela reinar Jesus!
Ele é a cabeça da igreja, e Ele guiará e renovará em nós o compromisso com a
Sua (Mateus 28:18-20) Missão.
“Cristo declarou que a divina influência do
Espírito deveria estar com os Seus seguidores até ao fim. Mas esta promessa não
é devidamente apreciada; e portanto também não a vemos cumprir-se na medida em
que a poderíamos ver. A promessa do Espírito é assunto em que pouco se pensa; e
o resultado é o que é de esperar – aridez, trevas, decadência e morte
espirituais. Assuntos de menor importância ocupam a atenção, e o poder divino
que é necessário ao desenvolvimento e prosperidade da igreja e que traria após
si todas as outras bênçãos, esse falta, conquanto oferecido em sua infinita plenitude.”
Testemunhos Selectos, vol. 3, pp.211,212
Resumo:
A única forma de travar o ciclo descendente
é o de saber a história da fase de “Crescimento” e conduzir a igreja a essa
fase.
1. Renovar
o sonho
2. Apurar
a visão
3. Dar
lugar à liderança dos leigos
4. Valorizar
as qualidades
5. Sanar
com a ajuda do Espírito Santo as dissenções
6. Centrar
Jesus Cristo
7. Amar
e Amar!
José Carlos Costa, pastor
Sem comentários:
Enviar um comentário