Texto Áureo
“[...] e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em
toda Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (At 1.8).
– O texto áureo mostra uma estratégia de evangelismo que
seria seguida por todo livro de Atos. O testemunho de Jerusalém (cap. 2)
apresenta, em miniatura, o ministério mundial de Deus: os ‘judeus... de todas
as nações’ (2.5) que ouviram e creram carregaram a mensagem para bem longe. No
resto de Atos, o evangelho se espalha à Jerusalém, à Judeia e Samaria, à
Antioquia da Síria e aos confins da terra[1].
Verdade Prática
Não fomos chamados apenas para usufruir dos benefícios da
salvação, mas também para testemunhar do Salvador a um mundo que jaz no
malígno.
Leitura Bíblica: Mateus 5.13-16; Romanos 12.1,2
Objetivos
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- Saber que o cristão é o 'sal' da terra;
- Compreender que o crente é como luz no mundo, e
- Conscientizar-se da importância do testemunho cristão.
Palavra-chave
TESTEMUNHO
Demonstração da veracidade de um fato.
Comentário
(I. Introdução)
Em cinco referências do Novo Testamento, Jesus incumbe
diretamente seus discípulos a ir e pregar o evangelho a todo o mundo (Mt
28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.45-48; Jo 20.21-23, e At 1.8). Certamente, a
Igreja e o mundo são comunidades distintas. O mundo é tenebroso, sem luz. O
mundo (humanidade não regenerada em Cristo), manifesta uma tendência à
podridão, à imundícia, em função do domínio do pecado. A Igreja, apesar de
distinta, permanece no mundo com duplo papel: como sal para interromper, ou
pelo menos retardar, o processo da corrupção social; e, como luz, para desfazer
as trevas. Nas bem aventuranças, Jesus ensinou aos seus discípulos acerca do
caráter cristão que deve marcar suas vidas. Na última bem aventurança, Jesus
chamou a atenção dos seus discípulos para a perseguição que eles haveriam de
sofrer por evidenciarem em suas vidas o caráter do Reino. Essa perseguição é a
reação de ódio do mundo contra os discípulos fiéis de Jesus Cristo. Assim o
mundo reage em relação aos discípulos de Cristo. Como então, o cristão deve
reagir em relação ao mundo em que vive? Será que os cristãos podem influenciar
o mundo? Cristo nos ensina que sim. Logo depois de ensinar as bem aventuranças
ele chama seus discípulos de “sal da terra” e “luz do mundo”. Boa Aula!
(II. Desenvolvimento)
I. O CRISTÃO COMO SAL DA TERRA
1. A função de preservar. Cristo identifica seus discípulos
como o ‘sal da terra’. Precisamos saber qual é a função do cristão como sal da
terra. Para isso é importante atentarmos para o valor e a função do sal. O
termo sal vem do grego hals, halos, que tanto significam sal como mar. O valor
primário do sal não estava
em seu uso como condimento, mas na sua capacidade de
preservar. Era utilizado para conservar carnes sem que estas apodrecessem e
também, para dar sabor aos alimentos. Estas são as duas principais funções do
sal: preservar e dar sabor (Jó 6.6). Acreditava-se que o sal possuía
propriedades curativas (2Rs 2.19-22), sendo também usado nas ofertas
sacrificiais (Lv 2.13). É importante salientar que, o sal como elemento químico
pode perder seu sabor, pode tornar-se insípido e assim tornar-se inútil e sem
nenhum valor (Mt 5.13). “Ao ser recolhido da região do Mar Morto, uma parte do
sal era boa para salgar e cozinhar, mas a outra havia perdido o seu sabor. Esse
sal, porém, não era jogado fora. Eles o guardavam no templo de Jerusalém e
quando as chuvas de inverno tornavam escorregadios os pátios de mármore, o sal
era espalhado pelo chão para reduzir o perigo de quedas. Portanto, o sal que
perdeu o sabor é pisado pelos homens”[2]. O sal, que difere do material ao qual
é aplicado, mesmo em pequenas quantidades, permite que a matéria salgada seja
preservada. O crente difere de todas as outras criaturas humanas. Nós somos tão
diferentes daqueles não regenerados quanto Jesus era da sociedade de seu tempo.
Os padrões morais atuais não se coadunam com o padrão do Evangelho. O crente
como embaixador do Reino tem que ser santo em toda a sua maneira de viver (Mc
9.50). Se o crente perder o gosto, se tornará inútil como cristão (Mt 5.13).
Nas beatitudes, Cristo descreve o caráter essencial dos cidadãos do Reino, e a
metáfora do sal demonstra a influência benéfica dos crentes à medida que eles
penetram a sociedade secular. O crente deve ser obstáculo à expansão da
corrupção no mundo.
2. A função de temperar. Além de preservar, o sal tem a
função de prover sabor. O mundo sem a mensagem do evangelho tornaria a vida
insípida. O crente é chamado por Cristo de sal da terra porque ele tem a
responsabilidade de transmitir sabor ao mundo. Assim como o sal tem a função de
dar sabor aos alimentos em que é colocado, o crente tem a responsabilidade
cristã de salgar (dá sabor) o mundo com a sua conduta. Como podemos transmitir
sabor ao mundo com a nossa conduta? Evidenciando em nossa vida prática o
caráter das bem aventuranças. Note que, para preservar, o sal é usado em
grandes quantidades, enquanto que, para dar sabor seu uso deve ser equilibrado,
racional, para não se tornar prejudicial à saúde. O organismo pode começar a
ficar doente quando se ultrapassa a quantidade diária recomendada (3g);
consumido de forma desequilibrada, há certamente consequências nefastas. Para
temperar, o crente deve:
- Manifestar sua tristeza e ódio pelo pecado: não ria de
piadas e músicas sujas, nem se deleite nos programas imorais da televisão;
abomine os pecados que parecem ser normais para o mundo: homossexualismo, suborno,
vingança, prostituição, etc.;
- Agir com mansidão no seu relacionamento com Deus e o
próximo: confiança em Deus na adversidade, nenhum desejo de vingança diante das
injustiças, disposição para perdoar;
- Buscar a paz em todos os seus relacionamentos: paz na
igreja, no lar e na comunidade;
- Praticar a misericórdia para com todos: fazer o bem a
todos num mundo egoísta para mostrar o amor de Cristo que é derramado sobre
nós;
- Mostrar que é puro de coração por meio de sua honestidade
e fidelidade: no casamento, no trabalho. (Ver Tg 2.14-26; Lc 7.31-35). O sal
tinha uma função particular como parte da refeição. "Comer sal" era
estar em paz - talvez porque curasse ferimentos (Mc 9.50); quando Jesus nos diz
para sermos "salgados", ele está então nos dizendo para estarmos em
paz com outros.
3. Preservando e temperando o mundo. Essa função de sal é
outorgada ao crente individualmente, não à Igreja enquanto coletividade. Não é
para a Igreja ser, é para os membros da Igreja, na sua individualidade, serem.
A responsabilidade do crente em salgar e preservar não pode ser descuidada.
Quando, pela graça de Deus, praticamos o ensino de Cristo nas bem aventuranças,
estamos transmitindo ao mundo corrompido o sabor do evangelho de Cristo. A
única saída para esta sociedade desprovida da glória de Deus (Rm 3.23) é o sal
do evangelho de Cristo. O sal tem a característica de preservar os alimentos de
sua corrupção. Da mesma forma, a conduta cristã é útil para refrear a corrupção
do mundo. Somente o crente fiel pode transmitir sabor ao mundo. Que
responsabilidade temos diante do Senhor. Ele quer nos usar como seus
instrumentos para tornar seu evangelho conhecido no mundo e salvar outros
pecadores. Por meio do testemunho pessoal dos membros do Corpo de Cristo, o
Senhor está chamando pecadores do mundo corrompido para desfrutar das bênçãos
do seu Reino. Que Deus nos ajude a transmitir o sabor do evangelho de Cristo
com a nossa conduta para a glória do seu nome e o crescimento do seu Reino. De
fato o mundo é corrupto e continuará sendo até o dia da volta de Cristo. Não é
por causa de nossa boa conduta que o mundo vai deixar de ser corrupto. Porém, o
mundo seria muito pior sem a presença influenciadora dos crentes fiéis através
de suas orações e conduta. O Senhor nos chama a agir positivamente como o sal
da terra.
Sinopse do Tópico (1)
Jesus utilizou o sal como símbolo para descrever a função do
crente neste mundo pecaminoso: preservar e temperar.
II. O CRISTÃO COMO LUZ DO MUNDO
1. A luz. A primeira coisa criada por Deus foi a luz. O uso
do termo luz (Gr fôs) é antitético ao termo trevas (Gr skotia), mas sua
conceituação pode nos auxiliar a compreender o caráter de Deus. Em geral, o
termo luz na teologia desenvolvida na literatura joanina apresenta a Cristo
(Jo.8.12; 9.5; 12.36, 46) como verdadeira luz (Jo 1.9) enviado da parte de Deus
(Jo 3.19; 12.46) e foi testificada pelos apóstolos (Jo 1.7, 8; cf 1Jo 1.1-3).
Entretanto, alguns usos do termo podem nos ajudar a compreender melhor a visão
de João ao denominar Deus como luz. Um dos usos que nos chamam a atenção é a
expressão “andar na luz” utilizada em 1Jo.1.7: “Se, porém, andarmos na luz,
como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus,
seu Filho, nos purifica de todo pecado“. O verbo andar em João é usado de modo
normal, como o ato de mover-se, andar, caminhar (Jo 1.36; 5.8, 9, 11, 12; 6.19)
e como descrição de modo de vida. Esse é o caso desse verso: “aquele que diz
que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1Jo 2.6). Ou
seja, aquele que afirma ser cristão deve andar como Cristo andou, ou viver como
Ele viveu. A luz em muitos aspectos é como Deus (Tg 1.17; 1Jo 1.5). Ela é usada
para representar a santidade, o conhecimento, e o poder criador de Deus. A
criação da luz é também usada como uma figura do Novo Nascimento (2Co 4.6). Na
salvação, Cristo traz luz a alma que estava em trevas (1Jo 5.20). Vida e luz
pertencem ao vocabulário fundamental de João ao descrever a essência e a missão
do Verbo encarnado. Louis Berkhof afirma que Cristo ofereceu um sacrifício
auto-suficiente pelo pecado do mundo e que a grande e central parte da obra
sacerdotal de Cristo está na expiação. Atente-se para o texto: “Nele estava a
vida, e a vida era a luz...” Que vida? Que luz? Sem dúvida, a vida que estava
no Verbo era a vida de Deus. Vida substancial, sem a qual nenhuma vida
existiria no universo. Esta vida é também luz, para iluminar as criaturas
humanas, que não conheciam o Deus verdadeiro. Por isso, continua o texto: “E a
luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5)[3].
"Portanto, não tenham medo deles. Não há nada escondido que não venha a
ser revelado, nem oculto que não venha a se tornar conhecido. O que eu lhes
digo na escuridão, falem à luz do dia; o que é sussurrado em seus ouvidos,
proclamem dos telhados.” (Mt 10.26,27-NVI). A palavra de Deus nos diz que sem a
presença de Deus no coração, somos lançados no escuro. Tornamo-nos insensatos;
ficamos incapazes de amar (a Deus e ao próximo). O homem natural nem se dá
conta de seu real problema! – (Pv 4.19). O caminho dos ímpios é como a
escuridão; tropeçam sem saber onde. Os olhos do sábio o dirigem, mas o tolo
anda na escuridão (Ec 2.14). O homem perverte todos os padrões de verdade e
moralidade (Is 5.20): (…) Ao mal chamam bem, e ao bem, mal; (…) transformam
trevas em luz, e luz em trevas, e o amargo em doce, e o doce em amargo! A luz
requer um órgão adaptado para sua percepção: 'A candeia do corpo são os olhos;
de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz' (Mt
6.22). Quando não há a participação dos olhos, ou quando estes, por algum
motivo, estão debilitados, a luz é inútil. O homem, naturalmente, é incapaz de
perceber a luz espiritual, já que lhe falta a capacidade pelas coisas
espirituais (1 Co 2.14). Por conseguinte, os crentes são chamados 'os filhos da
luz' (Lc 16.8), não meramente porque receberam uma revelação de Deus, mas
porque no novo nascimento eles receberam a capacidade espiritual para isso [4].
2. O 'Pai das luzes'. Em última análise, Deus é o autor da
luz. Como luz, Deus revela a si mesmo em sua perfeita santidade e majestade.
Deus é o padrão de Santidade, pois Ele é Luz e está na luz. Posicionalmente
significa que não existe alguém (fora da Trindade) que se equipare a Ele em
termos de Santidade. Ele não tem treva alguma em seu Ser, Ele é plenamente
santo em todos os aspectos. Praticamente significa que tudo o que faz é
permeado por sua Santidade, sendo que não faz nada antagónico à sua posição de
santidade. Suas obras são obras de verdade, amor e claridade, pois sabe o que
faz e para onde vai. Os luzeiros do firmamento variam em magnitude e são
sujeitos a fases, eclipses e sombras. Nele, não há variações de brilho ou
claridade. Não existem flutuações em seu caráter, Ele é imutável e sempre
mantém suas promessas. A narrativa bíblica inicia-se com a criação da Luz e a consequente
contraposição de luz e trevas. No Evangelho de João, o Cristo encarnado é a luz
que continua a brilhar nas trevas de um mundo que procura excluí-lo. Os crentes
deparam-se com uma escolha: ou andar na ‘luz’, vindo a ele e abrindo-lhe seus
corações em confissão de pecado, ou ‘andar nas trevas’, negando que são
pecadores. A oposição entre luz e trevas está inseparavelmente ligada àquela
entre os que ‘praticam a verdade’ e concordam com Deus e os que fazem de Deus
‘um mentiroso’. É uma verdade inegável que cristãos pecam; o remédio para o
pecado – confissão de pecado e purificação pelo sangue de Jesus – é a dádiva
permanente e irrevogável de Deus aos que crêem.
3. A manifestação da luz pelas boas obras. A comunhão com
esse Deus exige santidade. Assim, qualquer forma de treva (prática isolada ou
modo de vida) acarreta na impossibilidade de relacionamento entre o homem e
Deus. É por essa razão que faz-se tão necessário o perdão Dele após conversão.
O resultado da comunhão com Deus é a comunhão com os irmãos. “Assim resplandeça
a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e
glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16). É comum o pensamento de
que Deus nos colocou neste mundo para termos uma vida cristã piedosa e
diferente, de obediência e temor ao Senhor, lendo e meditando na sua Palavra,
participando na vida da igreja, sendo testemunhas suas de coisas maravilhosas
que Ele operou nas nossas vidas, etc., e isso é verdade, mas a vida cristã não
pode ficar limitada apenas a isso! O texto de Mt 5.16 apresenta-nos uma nova e
bem mais ampla visão do que é esperado dos crentes: Nós precisamos ser luz na
terra, a fim de que as pessoas saiam de imediato das trevas e venham para a
luz. A luz traz discernimento apropriado, decisões corretas, leva-nos ao
encontro do Pai, identifica de forma objetiva o inimigo e suas más intenções.
Urge, pois, que eu e você sejamos, hoje, luz do mundo, para salvar vidas da
perdição; Os cristãos estão repletos de boas obras, porque as virtudes de nosso
Deus, estão presentes e ativas nas nossas vidas. Por onde o cristão andar, boas
obras surgirão naturalmente. As pessoas vão perceber a manifestação evidente do
amor de Deus em nós e, a seguir, irão querer o mesmo para si, para suas
famílias, seu trabalho etc.; Há ainda uma terceira lição - e extremamente
importante - dada por Jesus neste verso bíblico: A missão que Deus deu aos
cristãos e cristãs é que eles Glorifiquem ao nosso Pai, que está nos céus!
Queridos, se eu e você não estivermos glorificando, exaltando, engrandecendo o
nome Santo, Poderoso e Onipotente do nosso Deus, lamento dizer-lhe, estamos
falhando na nossa missão. Sim, estamos cumprindo apenas parte do que deveríamos
fazer. Fomos constituídos instrumentos, servos, para transformar este mundo num
lugar abençoado e restaurado, chamado de Reino de Deus! Note-se que a
glorificação do nome de Deus não é uma tarefa em si: pelo contrário, ela é uma consequência
natural de uma vida cristã pautada pela observância de sua Palavra; sim, de uma
vida repleta da luz divina e que, por esse motivo, produz boas obras por onde
passa, regularmente[5]. No dizer do ‘príncipe dos pregadores’, Charles
Spurgeon: “Um cristão deve brilhar tanto em sua vida, que uma pessoa não possa
viver com ele uma semana sem conhecer o evangelho”.
Sinopse do Tópico (2)
O crente deve difundir a luz de Cristo neste mundo.
III. O TESTEMUNHO DO CRENTE
1. No campo missionário. Em 2ts 1.10, a frase 'o nosso
testemunho não foi crido entre vós', se refere ao fato de que os missionários,
além de proclamar as verdades do Evangelho, tinham prestado testemunho ao poder
dessas verdades. Strong define o termo 'testemunho', do gregomarturion, como
prova, evidência, testemunho e proclamação de experiência pessoal; e o termo
grego marturia como testemunho, atestado histórico, evidência, certificação
judicial ou geral. Marturia descreve um testemunho baseado no que alguém viu,
escutou ou sabe. O termo `martus`, de onde provém o português mártir e
martírio, fala de alguém que testifica a verdade que viu, uma testemunha,
alguém que tem conhecimento de um fato e pode dar informações a respeito [6].
Disto se entende que, o crente enquanto testemunha do Reino, proclama ao mundo
não regenerado sua experiência pessoal com o Evangelho e o seu poder
transformador. Todo crente verdadeiro é um missionário enviado ao mundo para
dar testemunho de Cristo, para alcançar os perdidos onde possam ser encontrados
e conduzi-los ao Salvador. João, o Batizador, testeficou de Jesus Cristo
através de suas palavras, ações e vida. Dar testemunho de Cristo é obrigação de
todo crente (Mt 4.19; 28.19,20; At 1.8). A exemplo do Batista, o crente deve
falar a respeito da vida de Cristo, da sua morte, ressurreição, poder salvífico
e da promessa do Espírito Santo. Produzir convicção quanto ao pecado, justiça e
juízo (At 2.32, 37-40; 3.15; 7.51-54; 10.39-41, 43; 18.5; 26.16; 1Co 15.1-8).
Ainda nesse paradigma, o crente deve testemunhar com uma vida de separação do
mundo, uma vida de justiça e uma confiança total no Espírito Santo que resulta
na sua manifestação com poder (1Co 2.4).
2. Em sua comunidade. As vezes parece assustador quando nos
deparamos com passagens como Tg 4.17 “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e o
não faz comete pecado”. Sim, assustador pois, o pecado não é apenas fazer o que
é errado; também é falhar passivamente naquilo que Deus quer que façamos de
bom. Pecados da negligência e da omissão. A Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal
traz a seguinte nota de roda-pé deste texto: “Temos a tendência de pensar que
fazer algo errado é pecado. Mas Tiago diz que também é pecado não fazer o que é
certo (estes dois tipos de pecado às vezes são chamados de pecados de comissão
e pecados de omissão). É pecado mentir, mas também pode ser um pecado saber a
verdade e não dizê-la. É pecado falar mal de alguém; mas também é pecado evitar
uma pessoa, quando você sabe que ele ou ela precisam de sua amizade. Você deve
estar disposto a ajudar, conforme a direção que o Espirito Santo lhe conceder.
Se Deus o dirigiu a praticar um ato de bondade, prestar um sarviço, ou
restaurar um relacionamento, faça-o. Você experimentará uma vitalidade renovada
e saudável para a sua fé cristã”[7].
3. Na igreja local. Nosso testemunho na igreja local pode
ser percebido através do relacionamento travado com os demais membros da
congregação. Através do livro de Atos, bem como outros trechos do Novo
Testamento, tomamos conhecimento das normas ou dos padrões estabelecidos para
uma igreja neo-testamentária. Antes de tudo, a igreja é o agrupamento de
pessoas em congregações locais e unidas pelo Espírito Santo, que diligentemente
buscam um relacionamento pessoal, fiel e leal com Deus e com Jesus Cristo (Rm
16.3,4; 1Co 16.19; 2 Co 11.28; Hb 11.6). Mediante o poderoso testemunho da
igreja, os pecadores são salvos, nascidos de novo, batizados nas águas e
acrescentados à igreja (At 2.41,42; 4.33; 5.14; 11.24; 1Co 11.26). Uma igreja
que declara basear sua teologia, prática e missão, no padrão divino revelado no
livro de Atos bem como noutros escritos do NT, deve primar com muita diligência
pela comunhão entre seus membros, engajados uniformemente em idéias, opiniões,
doutrina e ação. Em João 17.21, Jesus orou em favor da união entre os crentes,
não uma união de igrejas ou organizações, mas uma união espiritual, baseada na
permanência em Cristo, no amor a Cristo, na separação do mundo, em santificação
na verdade, em receber a verdade da Palavra e crer nela; na obediência à Palavra
e no desejo de levar a salvação aos perdidos. Faltando algum desses fatores,
não pode haver a verdadeira Koinonia que Jesus pediu em oração. “Jesus não ora
para que seus seguidores "se tornem um", mas para que "sejam
um". Trata-se do subjuntivo presente e significa "continuamente ser
um". União essa que se baseia no relacionamento que todos eles têm com o
Pai e o Filho, e na mesma atitude basilar que têm para com o mundo, a Palavra e
a necessidade de alcançar os perdidos (cf. 1 Jo 1.7)”. Paulo quando escreveu ao
seu filho na fé, o jovem Timóteo, fez uma afirmativa que julgo relevante e
muito contemporâneo, quando pensamos sobre a igreja e a unidade do Corpo de
Cristo. Declara Paulo: ‘Para que saibas como convém andar na casa de Deus, que
é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade. ’(1Tm. 3.15) [8].
Sinopse do Tópico (3)
O crente é chamado a testemunhar e a realizar boas obras a
fim que o nome de Deus seja exaltado.
(III. Conclusão)
A vida cristã no Reino de Deus é vivida no Espírito. Todos
os crentes concordam nisso com alegria. Seria impossível ser crente, sem o
ministério do gracioso Espírito de Deus. Tudo o que temos e somos como crentes
devemos a Ele. Assim, cada crente tem uma experiência com o Espírito Santo
desde os primeiros momentos da sua vida cristã. Para o crente, a vida começa
com um novo nascimento, e o novo nascimento é um nascimento ‘no Espírito’ (Jo
3.3-8). Ele é o ‘Espírito da vida’, e é ele quem dá vida às nossas almas
mortas. Mais que isto, Ele vem pessoalmente morar em nós, de maneira que a
presença do Espírito é o privilégio que todos os filhos de Deus têm em comum.
Paulo descreve com muita maestria a nova era iniciada por Jesus como ‘o
ministério do Espírito’ (2Co 3.8). Somente o Espírito Santo pode criar uma
verdadeira comunhão entre os crentes através das escolhas e compromissos que
fazemos. Paulo aponta esta nossa responsabilidade: Vocês estão unidos na paz
por meio do Espírito. Esforcem-se, portanto, para continuar unidos desse modo.
Podemos resumir que a igreja é um vínculo de amor a Deus e ao próximo no
cultivo da comunhão verdadeira uns com os outros (amor o próximo). Qual tem
sido o meu testemunho? Como temos demonstrado nosso amor? Apenas com palavras
ou em atitudes práticas? Nós somos o sal da terra e a luz do mundo: o método de
Deus e o reflexo do brilho da luz de Cristo no mundo. Por isso, a pergunta que
fica é como a luz de Cristo tem brilhado em minha vida? O filósofo Friedrich
Nietzsche*, um ateu convicto, afirmou: “Os cristãos deviam brilhar mais; então
eu acreditaria no salvador deles. Nem todos os que se chamam cristãos são
luzes. Uma vela ainda não é uma luz, a menos que esteja acesa”. Pense nisto!
"Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas
de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
N’Ele, que me garante: "Pela graça sois salvos, por
meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 2.8),
Francisco A Barbosa
auxilioaomestre@bol.com.br
(*) Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu numa família luterana
em 15 de outubro de 1844, filho de Karl Ludwig, seus dois avós eram pastores
protestantes; o próprio Nietzsche pensou em seguir a carreira de pastor.
Entretanto, Nietzsche rejeita a fé durante sua adolescência, e os seus estudos
de filosofia afastam-no da carreira teológica.
Questionário
1. Qual a função do sal?
R. A função do sal e temperar e preservar.2. O que a luz
simboliza?
R. A luz simboliza clareza, transparência, conhecimento,
direção e revelação divina.3. De acordo com a lição, o que significa ser
discípulo?
R. Ser discípulo segnifica difundir a luz de Cristo.4. Qual
deve ser o nosso campo missionário?
R. O mundo.5. Você tem deixado a luz de Cristo brilhar em
sua vida?
R. Resposta pessoal.
Notas Bibliográficas
[1]. Adaptado de Bíblia de Estudo Genebra, São Paulo e
Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999 p.1270.
[2]. GOWER, Ralph, Usos e Costumes dos Tempos Biblicos;
Trad. Neyd Siqueira. CPAD, Rio de Janeiro, RJ; 1ª Edição, 2002; p. 56;
[3]. Adaptado de
http://estudotextual.blogspot.com/2011/06/joao-14.html ;
[4]. Dicionário VINE, CPAD; p. 762;
[5]. Adaptado do texto Glorificando a Deus, de Humberto C
Lago, disponível em cms.metodistacuritiba .com.br/;
[6]. Adaptado de Bíblia de Estudo Plenitude, Barueri, SP,
Sociedade Bíblica do Brasil, 2001, Palavra-chave Jo 19.35 e Ap 1.5, pp.1097,
1345;
[7]. Extraído de Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, CPAD,
Rio de Janeiro, RJ; Edição, 1995; p. 1759.
[8]. Extraído de http://auxilioebd.blogspot.com/2011/01/licao-4-o-poder-irresistivel-da.html
Os textos das referências bíblicas foram extraídos do site
http://www.bibliaonline.com.br/ , na versão Almeida Corrigida e Revisada Fiel,
salvo indicação específica.
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