O Christopher foi criado por uma
mãe solteira heróica. Quando ele tinha oito anos, o seu pai, alcoólico e
consumidor de drogas, abandonou a sua esposa e os seus cinco filhos. O
Christopher e os seus irmãos e as suas irmãs nunca receberam qualquer apoio
financeiro ou emocional por parte do seu pai. Quando o Christopher se casou,
encontrou um ambiente familiar completamente diferente. O seu sogro envolvia-se
extremamente na vida dos seus filhos, investindo muito tempo e muita energia no
seu relacionamento e concedendo-lhes apoio financeiro.
“Como nunca tive um pai” … diz o
Christopher … “este homem tornou-se o meu modelo. Observei-o cuidadosamente – a
forma como ele ouvia, como respondia, como ele se preocupava em estar
constantemente disponível para a sua família. Foi com ele que aprendi o que
significava ser-se pai e agora os meus próprios filhos beneficiam, porque o meu
sogro se tornou um exemplo excelente para mim.”
Esta história mostra, de forma
eficaz, que um exemplo positivo tem uma influência a longo prazo na vida das
crianças e pode conferir-lhes capacidades.
Todos os pais têm a oportunidade
e o privilégio preciosos de proporcionar aos seus filhos exemplos positivos no
que respeita ao viver de uma forma socialmente benéfica. São os pais, não um
atleta, um actor, um político ou outra celebridade qualquer, que têm a maior
influência sobre a vida do seu filho.
Esta verdade é reconhecida na
Bíblia ao ordenar-se aos pais que moldem a vida emocional e espiritual dos seus
filhos: “ E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as
intimarás aos teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando
pelo caminho, e deitando-te e levantando-te” Deuteronómio 6:6,7.
Aqui ficam dez sugestões para o
ajudar a ser o exemplo do seu filho.
1. Regue
o que quer que floresça.
Se pretende que
o seu filho demonstre naturalmente paciência, seja você mesmo uma pessoa
paciente. Se pretende que o seu filho revele amabilidade, seja uma pessoa amável.
E, se pretende que o seu filho seja honesto, seja uma pessoa honesta. Cultive
aquilo que quer ver desenvolver-se no seu filho.
2. Ajude
as crianças a remar contra a maré.
Faça-o,
realçando, de forma clara e consistente, as virtudes encontradas na Bíblia,
tais como “a justiça, a mansidão” (1 Timóteo 6:11). Estes valores são
frequentemente considerados contrários à nossa cultura, mas, ainda assim, são
profundamente necessários. Ensinar as crianças a remar contra a maré, enquanto
são jovens, ajuda´-las-á a desenvolver força interior para percorrerem um
caminho mais elevado quando forem mais velhas e não se disporem meramente a “ir
atrás da multidão.”
3. Mostre
respeito.
Se é pai, mostre
respeito pelas mulheres. Se é mãe, mostre respeito pelos homens. Uma faz melhores
coisas que os pais podem fazer pelos seus filhos é mostrarem amor e respeito um
pelo outro.
4. Seja
leal aos membros da família ausentes.
Infelizmente,
nalgumas famílias, os membros não são leais uns aos outros. Isto torna-se
evidente quando criticam e falam mal de outros membros da família nas suas
costas, dizendo coisas como: “A minha mulher é tão forreta… Ela arrelia-se e
preocupa-se com cada cêntimo gasto.” “O meu marido foi despedido a semana
passada. Não compreendo porque é que ele não se defende.” “Estou tão desiludido
com a minha filha. Fui chamado ontem ao conselho Directivo da escola porque ela
foi rude com a professora.”
Quando os
membros da família descobrem que foram alvo de tais mexericos, sentem-se
ultrajados, traídos, incompreendidos, criticados e injustamente acusados. Tal
deslealdade familiar transgride a instrução bíblica para as crianças: “Honra a
teu pai e a tua mãe…” (Êxodo 20:12). Também transgride a instrução de Paulo
para os pais: “E vós, pais, não provoqueis a ira aos vossos filhos, para que
não percam o ânimo” (Colossenses 3:21). Uma boa regra a seguir é a de falar
sempre acerca dos outros membros da família como se eles estivessem presentes.
5. Mostre
às crianças que a família é a sua primeira prioridade.
A família deve
ser o “evento principal”, não o “evento
secundário”. “Sem dúvida que eu cometi a minha conta de erros enquanto pai”,
refere o psicólogo e autor James Dobson. “Tal como milhares de outros homens do
meu tempo, tive muitas vezes dificuldades em equilibrar a pressão da minha
profissão com as necessidades da minha família.”
Quando o seu
livro Dare To Discipline (Ouse Disciplinar), se torno um best-seller, Dobson
foi inundado com milhares de pedidos de conselhos e de reuniões de
esclarecimento. Na altura, ele era professor a tempo inteiro numa Faculdade de
Medicina. “Não havia uma forma de lidar com esta súbita notoriedade”, diz.
“Lembro-me de voar para Nova Iorque numa Quinta-feira à noite, fazer dezassete
programas de televisão e dar entrevistas durante três dias e regressar ao
trabalho na Segunda-feira de manhã. Foi esmagador.”
Apesar das
incessantes solicitações, o Dr. Dobson conscientemente decidiu colocar a sua
família em primeiro lugar. Ele abandonou o seu trabalho na Universidade, deixou
de aceitar participar em sessões de esclarecimento, recusou-se a realizar
viagens de promoção do seu livro, e iniciou um programa de rádio, que não
requeria que viajasse.
“A proximidade
de que usufruímos hoje (como família) deve-se à decisão de disponibilizar tempo
para eles quando mais precisavam de mim”, diz ele.
“Eu podia muito
facilmente ter cometido o maior erro da minha vida naquela altura.”
6. Promova
a responsabilidade.
No livro Keeping
Your Family Strong in a World Gone Wrong (Como Manter a Sua Família Forte Num
Mundo Adverso), o Dr. Kevin Leman afirma que “uma das melhores formas de
ensinar o que significa a responsabilidade, é você mesmo tornar-se responsável
pelos seus próprios filhos”. Dê-lhes a liberdade para lhe dizerem quando é que
acham que está a fazer algo de errado, injusto, sem amor.” A forma mais simples
de o fazer é dizer claramente ao seu filho: “Se alguma vez me vires a falar
algo de errado, cruel ou egoísta, quero que mo digas.” Apesar de tal atitude
requerer muita coragem por parte dos pais, ao mesmo tempo fará com que se
mantenham responsáveis. E isto porque os seus filhos vão sentir-se livres para
lhe dizer: “Não foste muito simpático com o empregado”. Ou “Deixaste-me
envergonhado à frente dos meus colegas.”
7. Seja
activo na comunidade.
Mostre aos seus
filhos que a vida espiritual e a saúde são importantes sendo activo na
comunidade. Esteja presente. Envolva-se. Participe em algumas das muitas
actividades que decorram na sua igreja. A sua participação activa na igreja é
uma maneira de cumprir a ordem bíblica: “Instrui ao menino no caminho em que
deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele” (Provérbios 22:6).
8. Partilhe
verbalmente os seus princípios com os seus filhos.
Fale
frequentemente com os seus filhos sobre os valores que julga serem mais
importantes e explique-lhes porque o são. Colin Powell, General do Exército
aposentado e Diplomata, fê-lo. O seu filho Michael recorda que “o Patriotismo
era um princípio importante que o meu pai instilou em mim. Mas não de uma forma
mesquinha ou militarista, como possam pensar. Ele dizia-me que éramos
abençoados por estarmos num local de oportunidades extraordinárias.
Fomos ensinados
a amar verdadeiramente o sítio onde estamos e a sermos fortes apoiantes do
país, dos seus objectivos, do seu passado, do seu futuro. Isto era
especialmente significativo para o meu pai. Os seus pais abandonaram as
Caraíbas e foram para Nova Iorque para dar à sua irmã e a ele uma
oportunidade.”
9. Estabeleça
um modelo eficaz de resolver conflitos.
Este conselho é
concedido por Elisabeth Hartley Brewer,
uma autoridade em relacionamento entre pais e filhos. No seu livro,
Raising Confident Boys (Como Criar Jovens Confiantes), ela explica. “O conflito
constante arruína os relacionamentos e afasta as famílias. Os filhos ficam
profundamente marcados com os conflitos. O conflito familiar é a causa de muito
desespero na adolescência, que se revela na depressão e no suicídio.”
Quando o
conflito surgir, assegure-se de que reúne toda a informação, ouvindo cuidadosa
e respeitosamente todos os lados envolvidos. Evite interromper alguém que
esteja a falar, excepto em casos de necessidade de explicação. Nunca suba o tom
da sua voz.
Hartley Brewer
diz: “Resolver os conflitos de uma forma segura e satisfatória exige capacidade
e maturidade emocionais. As crianças devem aprender estes atributos com os
adultos.”
10. Apoie
a escola.
Interesse-se
genuinamente pela escola do seu filho. Evite falar negativamente sobre os
professores ou os administradores na presença dos seus filhos, mesmo que tenha
sérias preocupações em relação a eles. Esteja presente sempre que o seu filho
participar num evento escolar.
Mostre aos seus
filhos que apoia os professores, os administradores e os objectivos da escola,
participando em reuniões de pais e professores e noutros encontros que digam
respeito à sua família. Esse envolvimento mostrará às crianças que valoriza a
sua educação e as pessoas que participam nela.
Victor Parachin.
Sem comentários:
Enviar um comentário